| 16 de agosto de 2010 - 10:02

Emoção marca embarque de militares ao Haiti

Foi marcado por muita emoção o embarque da primeira turma de militares do Exército Brasileiro ao Haiti. O embarque aconteceu ontem pela manhã, em Campo Grande. No total, são 90 militares do Exército, sendo 66 de Mato Grosso do Sul, que devem desembarcar na tarde de hoje em Porto Príncipe, capital do Haiti. Eles integram o 13º Contingente do Batalhão Brasileiro no país, composto por 860 militares – em sua grande maioria, do Comando Militar do Oeste, em MS, e do Comando Militar do Planalto, em Brasília. A segunda turma embarca na quarta-feira.

O grupo partiu ontem de manhã da Base Aérea de Campo Grande com destino a Boa Vista (RR), com escala em Brasília. Dezenas de familiares foram até o local se despedir de irmãos, maridos, filhos e amigos. Cada militar - que aceita voluntariamente o serviço - passa seis meses no país caribenho, onde o Brasil lidera a Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti. Neste período, continuam recebendo os salários e contam com gratificação da ONU, que varia de US$ 900 a R$ 4 mil, conforme a patente militar.

Os militares irão substituir o contingente que partiu para o Haiti após o terremoto e, além de organizar a reconstrução do país, terão de prover a segurança durante as eleições presidenciais do país, em novembro.

De acordo com o tenente-coronel Arthur Márcio Rigotti, chefe da seção de comunicação social do CMO, a primeira tropa de MS foi enviada ao Haiti em 2005. Até agora, segundo ele, não houve nenhuma baixa e o desempenho das tropas foi considerado excelente.

TREINAMENTO

Antes do ambarque para a missão, todos os militares receberam treinamento durante cinco meses. De fevereiro a julho, eles receberam orientações sobre o serviço de caráter social e humanitário e também o trabalho militar, de segurança e escolta de autoridades.

“Todos sabemos que a tropa irá encontrar uma situação muito difícil e desfavorável naquele país e, para isto, eles precisam estar muito bem preparados”, explica.

Segundo ele, embora necessário, o treinamento militar, neste caso, não é o mais importante. “O preparo psicológico destes militares é o principal trabalho a ser feito antes do embarque”, explica.

Durante a missão de paz, as famílias dos militares que compõem a tropa também recebem toda a assistência social e psicológica. O retorno está previsto para meados de janeiro de 2011.