29 de novembro de 2004 - 14:03

Soja e peixe reduzem efeitos do Alzheimer

Certos lipídios, como o ácido graxo docosahexanóico (DHA), presente em alimentos como soja e peixe, podem ajudar a prevenir e reduzir os efeitos do mal de Alzheimer, segundo uma pesquisa apresentada hoje pela Comissão Européia (CE). "Uma dieta rica em DHA reduz o impacto do AB42 (toxina molecular do mal de Alzheimer)", disse o chefe da pesquisa, Tobias Hartmann, do Centro de Biologia Molecular da Universidade de Heidelberg (Alemanha).

Hartmann afirmou que sua equipe, que conta com a colaboração de universidades na Hungria, Suíça, República Checa, Holanda, Finlândia e Israel, identificou outros lipídios que combatem o desenvolvimento do mal de Alzheimer, mas não revelou seus nomes porque ainda estão em fase de testes. "Também descobrimos que muitos lipídios atuam em combinação", acrescentou Hartmann.

A dieta rica em gordura foi identificada como um fator de risco para o Alzheimer, mas as pesquisas mais recentes sobre a doença, comumente tratada com remédios, mostraram a necessidade de ingerir certos lipídios (gorduras) para prevenir o mal. A pesquisa, que em breve entrará na fase de testes em pessoas e que conta com 2,2 milhões de euros de financiamento da UE, tem como objetivo definir uma dieta que reduza os efeitos do mal de Alzheimer.

A CE realiza hoje e amanhã a oficina "Pesquisa em Nutrição e Envelhecimento", na qual serão discutidos cerca de dez projetos financiados pela UE. Outra pesquisa apresentada por Rikke Andersen, do departamento de Nutrição do Instituto Dinamarquês de Pesquisa Veterinária e Alimentícia, revelou que a população européia tem deficiência de vitamina D.

O estudo analisa o nível apropriado para enriquecer alimentos como o pão com vitamina D mediante comparações entre pessoas com mais risco (mulheres, crianças, idosos e imigrantes). Os cientistas do projeto, que conta com um financiamento da UE de 1,75 milhão de euros, apontam que a cada 30 segundos algum cidadão da UE sofre uma fratura relacionada à osteoporose e estimam que o número de fraturas de quadril aumentará 135% (de 414 mil para 972 mil) em 2050.

O médico Joel Doré, da Unidade de Ecologia e Fisiologia do Sistema Digestivo do Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica de Jouy-en-Josas (França), afirmou que é mais fácil que a flora intestinal das pessoas com mais idade seja colonizada por agentes patogênicos.

Doré chefia uma pesquisa européia financiada com 1,82 milhão de euros pela UE e que pretende criar alimentos que melhorem a saúde e reduzam o risco de doença nas pessoas com mais idade.

Entre esses produtos estão os prebióticos (que não são digeridos na parte alta do estômago) e os probióticos (feitos de microorganismos, como os lactobacilos), comuns no mercado europeu.

 

Terra Redação