Wagner Cordeiro Chagas | 2 de agosto de 2010 - 18:20

Leia o artigo "ELEIÇÕES 2010: A VEZ DAS MULHERES" por Wagner Cordeiro

A campanha eleitoral deste ano caracteriza-se por um aspecto diferente das eleições gerais anteriores: o destaque das mulheres que disputam cargos políticos, tanto a nível nacional, quanto na esfera estadual. No caso da Presidência da República duas personagens despontam-se como candidatas, as ex-ministras do governo Lula, Dilma Rousseff (PT) (Casa Civil) e Marina Silva (PV) (Meio Ambiente).
É necessário ressaltar, entretanto, que em outras ocasiões, as mulheres já haviam concorrido à Presidência. A primeira a pleitear a chefia do executivo nacional foi a advogada mineira Lívia Maria, do Partido Nacionalista (PN), em 1989. Numa disputa com 21 candidatos, Lívia obteve aproximadamente 190 mil votos, posicionando-se em 16º lugar. 9 anos depois, em 1998, outra mulher voltou a concorrer ao cargo, Thereza Ruiz (PTN) que somou 166 mil votos. No pleito de 2006, foi a vez da então senadora alagoana Heloísa Helena (PSOL) e da cientista política Ana Maria Rangel (PRP), disputarem. Heloísa terminou em 3º lugar, com mais de 6 milhões de votos, alcançando uma marca inédito, já que nenhuma das outras candidatas a presidente havia se destacado dessa maneira.
Em Mato Grosso do Sul é visível a participação de mulheres em diversas chapas, principalmente nas majoritárias, ou seja, aquelas que visam ao Senado Federal e ao Governo do Estado. Os três candidatos a governador optaram por privilegiar no cargo de vice, as representantes do sexo feminino. Na coligação de André Puccinelli (PMDB), a vice é a advogada e ex-prefeita de Três Lagoas, Simone Tebet (PMDB). Zeca do PT vem com a professora universitária Tatiana Ujacow (PV) e Nei Braga (PSOL) apresenta a comerciante Ivone Teodoro (PSOL).
Entre os cinco candidatos que disputam as duas vagas para o Senado, três - Waldemir Moka (PMDB), Delcídio do Amaral (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT) - também terão mulheres nos importantes cargos de suplente, são elas: a ex-primeira-dama de Dourados, Zonir Tetila (PT/2ª suplente de Delcídio), a ex-primeira-dama de Mato Grosso do Sul, Gilda Gomes dos Santos (PT/1ª suplente de Dagoberto) e a atual primeira-dama de Campo Grande, Antonieta Trad (PMDB/1ª suplente de Moka).
O município de Fátima do Sul-MS também não ficará atrás em relação a isso. Afamado por ser o berço de importantes nomes da política sul-mato-grossense, como o deputado estadual Londres Machado (PR) e o atual governador, os fatimassulenses, que já estão acostumados com elas no poder (tem uma prefeita e 4 vereadoras), terão pela primeira vez em sua história a opção de escolher outra mulher, desta vez para uma das 24 cadeiras de deputado estadual, por meio da candidatura de Vilma Brito Leal (PT), popular Vilminha da cadeira de rodas.
Apesar desse cenário político favorável às mulheres, muitas reivindicações ainda precisam ser atendidas. A quantidade delas nas diversas instâncias de poder da República ainda é muito baixo, devido, na maioria das vezes, à legislação eleitoral que estabelece que os partidos políticos reservem-lhes apenas 30% das vagas. 
Por fim, pode-se afirmar que as eleições deste ano já possuem vencedores, ou melhor, vencedoras. Elejam-se ou não, essas guerreiras terão o que comemorar: os importantes espaços que vem conquistando, tanto na política quanto em outros setores, ao longo de séculos de luta. Somente dessa forma é que construiremos uma verdadeira sociedade democrática, onde todos e todas possam sentir-se protagonistas da construção da história dessa nação. PARABÉNS A TODAS AS CANDIDATAS E AS DEMAIS GUERREIRAS BRASILEIRAS.