Mercado de trabalho deve diminuir contratações no 2° semestre
Se nos primeiros seis meses deste ano o Ministério do Trabalho verificou a geração de 1,473 milhão de postos, os meses de julho e dezembro prometem a criação de algo em torno de 1 milhão. Em outros anos, o segundo semestre foi quem concentrou a maior parte dos empregos.
Para o economista Sérgio Mendonça, diretor-técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o desemprego tende a continuar diminuindo daqui para frente.
- Nesta segunda metade do ano o desemprego deve continuar caindo. É o que chamamos de sazonalidade. Em geral, o Brasil tem uma trajetória de aquecimento do mercado de trabalho no segundo semestre nas regiões metropolitanas.
Rafael Bacciotti, analista da consultoria Tendências, diz que a perspectiva do mercado é muito favorável, porque o segundo semestre concentra as contratações do fim do ano. Ele diz que as indústrias chamam pessoas para atender a demanda do Natal, enquanto o comércio aumenta sua força a partir de outubro com os temporários.
- No primeiro trimestre, o aumento das contratações e o avanço do emprego formal melhoraram a qualidade do trabalho. Isso elevou o rendimento, facilitou o acesso ao crédito e ampliou o consumo, fazendo a economia girar. A perspectiva do mercado é muito favorável.
O especialista avalia que o desempenho do mercado de trabalho dá sinais de que a economia brasileira passa por um estágio de desenvolvimento sustentável, refletindo o resultado do começo do ano.
Em junho, a taxa de desemprego ficou em 12,7%, um dos menores índices registrados pela PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), do Dieese, em sete regiões metropolitanas do país (Distrito Federal, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo). Foram 2,79 milhões de pessoas sem trabalho ou procurando por uma vaga.
Mendonça, do Dieese, diz que o mercado fechou o primeiro semestre com os menores níveis de desemprego já vistos na maioria das cidades do país.
- A taxa caiu bastante, mesmo em regiões com padrão de desemprego alto, como é o caso de Recife e Salvador. Em todas as cidades analisadas, o desemprego do mês passado é o mais baixo ou o segundo menor da série da pesquisa. No primeiro semestre, as empresas geraram mais empregos e menos pessoas entraram no mercado de trabalho.
Para ele, o país terá um “pouso lento” na produção, e os empregos podem sentir essa freada daqui pra frente.
- O Brasil pulou de patamar. O desemprego está caindo e a renda está crescendo. São elementos de sustentação para que o Brasil continue melhorando. Mas manter um avanço forte durante o ano inteiro não depende somente dos empregos, mas dos salários, do crédito e dos investimentos também.