Terra | 19 de julho de 2010 - 17:21

Serra diz que PT tem ligação com as Farc

O candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, disse na tarde desta segunda-feira (19) em Belo Horizonte que o PT tem ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. "Ligação do PT é com as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas. Isso todo mundo sabe. Agora, a Farc é uma força ligada ao narcotráfico. Isso não significa que o PT faça narcotráfico". Serra elevou o tom das críticas ao partido da candidata ao Planalto, Dilma Rousseff, e voltou a cobrar investigação sobre possível uso de dossiê pelo PT para investigar candidatos tucanos. "Essa questão (quebra de sigilo) usada como arma para baixaria eleitoral tem que ser apurada pela Justiça. É um crime muito grave, como outros que têm sido praticados".

Durante inauguração do comitê central tucano na capital mineira, o presidenciável tentou desconversar sobre as críticas que o candidato a vice em sua chapa, Índio da Costa (DEM) tem feito aos adversários petistas. Índio foi o responsável por acusar a sigla do presidente Lula de ter ligação com o narcotráfico. "Os esclarecimentos sobre o que disse ou o que não disse, o próprio Índio fará. Agora, de toda maneira, aí nós estamos discutindo opiniões. Alguns podem gostar, outros podem não gostar".

E as farpas não pararam por aí. Segundo o tucano, quando o "PT faz algo ilegal, a vítima que é culpada. Quando pratica algo ilegal com alguém, a vítima passa a ser culpada. Quando condenado pela justiça, a Justiça passa a ser culpada. É realmente uma capacidade de metamorfose sensacional".

Lula não é candidato
Ao lado do ex-governador e candidato ao Senado, Aécio Neves (PSDB), e do governador Antonio Anastasia (PSDB), Serra admitiu que as "conquistas obtidas" no Brasil deverão ser mantidas, mas voltou a alfinetar os pontos que, segundo ele, ficaram para trás, como saúde, segurança e educação. O presidenciável tentou minimizar a influência que Lula pode ter no resultado das urnas. "O Lula não é candidato, não é em torno dele que a campanha está centrada. A partir de janeiro, ele não é mais presidente. Eu gostaria mesmo é que os candidatos pudessem debater idéias e projetos".

Repetindo o discurso que fez em BH, há exatamente uma semana, o ex-governador paulista voltou a culpar o governo federal pela ausência de obras na capital mineira. Ao citar os investimentos necessários para a Copa de 2014, ele destacou a importância de ampliar o metrô, o Aeroporto de Confins e o anel viário da cidade.

A campanha tucana, como forma de marcar posição no segundo colégio eleitoral do Brasil e tentar barrar a ascensão de Dilma no Estado, decidiu intensificar a campanha de Serra em Minas. O próprio tucano destaca que o Estado merece atenção especial pelo "peso político, demográfico, cultural e econômico que tem".

Após a inauguração do comitê central, os candidatos embarcaram para Divinópolis, a 100 km da capital, para participar de uma carreata e corpo a corpo com eleitores.