Diário MS | 19 de julho de 2010 - 16:05

Casos de dengue aumentam 670% no semestre em Dourados

Até a segunda semana de julho, Dourados registrou 5.825 notificações de dengue, sendo 4.520 casos confirmados, segundo dados da secretaria municipal de Saúde. No mesmo período do ano passado, foram 679 casos confirmados da doença, de um total de 868 notificações. O aumento é de quase 670% com relação ao 1º semestre de 2009.
O mês de fevereiro foi o de maior incidência, somando um total de 1.763 pessoas infectadas, o que representa quase três vezes o número total do primeiro semestre de 2009.
Com o inverno, o número de casos diminui, mas mesmo com as baixas temperaturas registradas na cidade, a doença preocupa. De acordo com o enfermeiro epidemiologista, Roberto Oliveira, o frio atrasa, mas não acaba com o ciclo do mosquito. “Com as baixas temperaturas, o ciclo que duraria 10 dias, dura cerca de um mês. Ao contrário do que muitos pensam, o frio não mata o vetor. Ele fica em estado de latência e completa o ciclo de acordo com as condições climáticas, por isso é preciso cuidado também nessa época do ano”, afirma o enfermeiro. Neste mês, até o dia 16, no qual foram registradas temperaturas abaixo dos 10°C em Dourados, foram notificados apenas quatro casos de dengue, mas os números podem aumentar com a saída da frente fria e a consequente elevação das temperaturas.
De acordo com o enfermeiro, o aumento ou a diminuição dos casos da doença dependem de uma série de fatores, dentre eles o clima e as condições virais das pessoas. “Quando uma região já sofreu com um tipo de dengue, ela fica imune àquele tipo, por isso pode diminuir o número de casos no próximo ano e vice-versa. Não podemos definir um motivo principal para a incidência da doença, já que ela é multifatorial”, afirma Oliveira.
TRABALHO DO CCZ

O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Dourados tem feito o trabalho de rotina estipulado pelo Ministério da Saúde, que inclui visitas bimestrais a todos os domicílios da cidade, acompanhamento com o LIRAa (Levantamento de Índices Rápido de Infestação por Aedes aegypti) quatro vezes ao ano e o trabalho de educação e saúde (palestras, panfletagem, gincanas, etc.).
O LIRAa é um programa de computador que delimita microáreas (bairros) para que os agentes visitem e identifiquem os principais problemas ou as possíveis situações futuras. Com ele é possível antecipar situações, antes que elas possam causar uma epidemia. De acordo com a coordenadora do CCZ de Dourados, Rosana Alexandre da Silva, apesar de trazer resultados rápidos e ajudar na prevenção da doença, o programa apresenta um ponto negativo. “O único problema é que ele aponta poucos bairros no universo de tantos outros na cidade”.
Para a coordenadora, a cidade vive um período de pós epidemia, mas a sociedade pode ajudar no trabalho de combate ao mosquito da dengue. “A população pode ser parceira denunciando situações irregulares em residências, terrenos e comércios. Qualquer local que possa acumular água pode ser propício para a reprodução do mosquito”, afirma Rosana.
Para agendar palestras e visitas basta entrar em contato pelo telefone 0800 647 77 52 ou 3411-7753.

DENGUE
NO BRASIL

Até 1º de maio foram confirmados 321 casos de óbitos pela dengue no Brasil, de acordo com levantamento do Ministério da Saúde. O número é 94,5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. A maior concentração de casos graves está na região sudeste do País.
Do total de casos gerais de dengue, 78% se concentram em sete Estados: Acre, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, que registraram aproximadamente 577 mil casos juntos.
Segundo o Ministério da Saúde, as ações já estão intensificadas nesses Estados. A verba da pasta para dengue em 2010 é de R$ 1,02 bilhão.
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