26 de novembro de 2004 - 16:35

Advogado invoca 'caso Wanshington' em defesa do Azulão

Na próxima segunda-feira, o São Caetano deve enfrentar um novo desdobramento decorrente da morte em campo do zagueiro Serginho. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anunciou que pretende indiciar o clube, seu presidente Nairo de Souza e o médico, Paulo Forte, por negligência na tragédia. O indiciamento deve ser feito com base no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, mas para o advogado do Azulão, João Zanforlim, não há adequação do caso de Serginho no regulamento.

'Ainda estamos esperando receber oficialmente o laudo para ver o que está contido. Mas o São Caetano deverá sustentar que o artigo 214 não se presta a este caso', garante Zanforlim, que fará a representação do Clube junto ao Tribunal. Para o advogado, o artigo trata apenas de irregularidades na competição. 'Entendo até hoje que a irregularidade nasce do não cumprimento de uma regra, como a utilização de um jogador punido, não inscrito ou com três cartões amarelos'.

A tática defensiva de Zanforlim também tentará tirar proveito do caso de Washington, no Atlético Paranaense. Cardíaco, o atacante mantém suas atividades depois de submetido ao implante de duas próteses de aço flexível no peito. 'Se fosse assim (o artigo adequado), o Washington também estaria irregular. Não existe artigo nenhum sobre isso'.

Apesar de já preparado para um possível indiciamento, Zanforlim explica que a tática da defesa só será definida após o recebimento dos documentos do STJD. 'Tem que ver se o laudo é conclusivo, se têm provas ou se só relata possibilidades'.

Para o defensor do Azulão, a equipe cumpriu suas obrigações e agiu de acordo com as regras da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quando entregou a documentação do zagueiro. 'O regulamento diz que no momento do registro do contrato tem de ser entregue o laudo médico. Tudo foi entregue em janeiro, quando o Serginho não tinha nada. Só em fevereiro ele sofreu a arritmia e o médio Paulo Forte, que é ortopedista, fez o que deveria, encaminhando-o a um especialista. Se tivessem mandado um laudo, o São Caetano não teria agido errado'.

Caso o São Caetano seja considerado culpado, pode ser penalizado com a perda de até 24 pontos o que acabaria com suas chances de sonhar com o título ou mesmo uma vaga nas Copas Sul-americana e Libertadores da América. Nairo e Forte poderão ser afastados de suas funções por tempo indeterminado. Não há prazo certo para a finalização do processo no STJD, mas Zanforlim acredita em uma definição até 19 de dezembro, quando termina o Brasileiro, por causa de suas implicações na decisão do campeão, das vagas para os campeonatos sul-americanos e dos rebaixados para a segunda divisão.

 

Gazeta Esportiva