O Globo | 14 de julho de 2010 - 05:47

FHC e Lula tiraram 12,1 milhões da miséria, mostra estudo do Ipea

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) considera que o Brasil poderá eliminar, nos próximos dez anos, a pobreza. Segundo estudo, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), entre 1995 e 2008, durante os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, 12,1 milhões deixaram a miséria, que engloba as pessoas que vivem com rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo por mês.

No mesmo período, outras 12,8 milhões de pessoas saíram da pobreza, configurada pelo rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal.

Em termos percentuais, a taxa de pobreza passou de 43,4% para 28,8% da população, enquanto a miséria caiu de 20,9% para 10,5%.

“Para isso, a combinação do crescimento econômico com avanços sociais observada no período recente precisa ser aprofundada, com o necessário aperfeiçoamento de políticas públicas de alcance nacional, sobretudo daquelas voltadas ao atendimento das regiões e Estados menos desenvolvidos”, diz o texto divulgado pela instituição.

Mas o Ipea ressalta que o crescimento econômico não se mostra suficiente para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros. Isso porque a redução da pobreza nos últimos anos, apesar de expressiva, foi desigual entre as diferentes regiões do país.

No Sul, por exemplo, a pobreza caiu 47,1%, enquanto a miséria recuou 59,6%. Já no Norte, a pobreza retrocedeu 14,9% e a miséria caiu 22,8%.

“Por isso, ganha maior relevância o papel do Estado – em suas distintas esferas governamentais e concomitantemente às instituições da sociedade civil – na execução de uma política nacional de desenvolvimento que possibilite ao país enfrentar todos os problemas de ordem social”, diz o Ipea.