Queda da inflação é ajuste tardio de preços dos alimentos
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, atribuiu ontem (16) a queda de 0,04% na inflação a um ajuste de preços.
Para ele, a taxa mostra a volta à normalidade entre a oferta e a demanda, principalmente, dos itens do segmento de hortifrutigranjeiros.
O economista lembrou que os preços desses alimentos tinham subido muito no começo do ano em razão da chuva mais intensa nas áreas produtoras.
“Nós acreditávamos que começaria um declínio [dos preços] a partir do final do primeiro trimestre, mas esse movimento demorou mais tempo para ocorrer, tendo-se iniciado apenas agora no final do primeiro semestre”.
Para o economista, com esse cenário fica mais difícil prever tendências para a inflação, porque a taxa ainda está muito influenciada por itens de grande volatilidade (variação brusca) que geram incertezas para as previsões.
Ele citou o feijão e o limão como alguns itens que continuam com preços mais elevados.
Na lista do IPC-S divulgado ontem (16), os principais produtos que ainda pressionam a inflação indicam redução na velocidade de aumentos, como o mamão da Amazônia (papaia) e a cebola.
O IPC-S é medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV).