Agência Brasil | 10 de junho de 2010 - 13:23

Variação dos preços gerais da economia foi a maior desde junho de 2008

O reajuste de salários na construção civil e nos contratos para venda de minérios pressionaram a inflação medida pelo Índice de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). Divulgado hoje (9) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-DI, que subiu de 0,72% para 1,57%, entre abril e maio, foi o maior desde junho de 2008.

De acordo com o economista da FGV responsável pela pesquisa, Salomão Quadros, com a retomada da economia, a demanda por minério - refletida pelo crescimento das exportações - voltou a crescer e a inflação saltou de -1,56 para 75,19%, de um mês para o outro.

“O [índice] deste mês foi influenciado pelo minério de ferro. Essa alta acontece uma vez por ano, por causa do sistema de contratações [em que as empresas fecham contrato para o ano]. Então, em vez de ser distribuída ao longo do 2010, [a alta] acontece em um único mês”, explicou Quadros, acrescentando que em 12 meses, a alta acumulada do produto foi de 10,74%.

Quadros explicou que o aumento de 0,84% para 1,81% no Índice Nacional de Construção Civil (INCC) era esperado e reflete o reajuste de salários em São Paulo. Os salários compõem 40% do indicador. Em maio, o item mão de obra passou de 1,07% para 3,13%.

“Cada capital tem sua data [de reajuste]. Em São Paulo é maio. Portanto, isso não é uma tendência”, disse. “O setor [da construção civil] vem numa fase de aquecimento, mas esse aquecimento ainda não pode ser considerado alarmante”, ponderou.

Entre os demais indicadores do IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) aumentou de 0,68% para 2,06%, puxado principalmente pelo minério de ferro e pelo subgrupo de componentes para manufatura (de 0,86% para 1,05%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu de 0,76% para 0,21%, influenciado pelos itens de alimentação, principalmente pelo produtos in natura. Entre eles, destacam-se hortaliças e legumes (de 5,20% para -5,80) e laticínios (de 4,63% para 1,57%).