Conjuntura Online | 9 de junho de 2010 - 07:00

Sem espaço, Murilo deve confirmar rompimento anunciado

Sem espaço na chapa majoritária de André Puccinelli (PMDB) para concorrer ao Senado nas eleições de outubro, o vice-governador Murilo Zauith (DEM) deve confirmar esta semana o rompimento, anunciado no dia 30 de março, com o grupo político liderado pelo governador.

Murilo ainda nutria esperança em postular o cargo e deveria se posicionar a respeito da indicação do vice-prefeito de Campo Grande, Edil Albuquerque (PMDB) como seu provável suplente. No entanto, irritou-se com as recentes declarações do governador à imprensa da Capital.

A idéia do PMDB é eleger o deputado federal Waldemir Moka para uma das duas vagas em disputa do Senado. Também buscam o cargo o senador Delcídio do Amaral (PT) e o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), ambos na chapa a ser encabeçada pelo ex-governador Zeca do PT.

"Eles do PT farão o Delcídio do Amaral, nós do PMDB vamos eleger o Waldemir Moka. Não há chance para mais ninguém”, declarou André Puccinelli, segundo a edição de hoje do jornal Correio do Estado. 

Interlocutores disseram hoje de manhã na Assembléia Legislativa que Murilo estaria indo a Dourados reunir seu grupo político e anunciar o rompimento com o governador. Entretanto, ninguém no DEM confirma a informação. "Está havendo este bafafá", interpretou uma fonte do Parque dos Poderes com ligações com o vice-governador.

No final de março, o vice-governador revelou ao site Conjuntura Online que não seria mais candidato ao Senado e nem a nenhum outro cargo eletivo nas eleições deste ano.

Murilo garantiu à época que havia aceitado convite para ser o coordenador da campanha à reeleição de André Puccinelli na região Sul de Mato Grosso do Sul.

Portanto, com a desistência de Murilo, o governador André Puccinelli terá de encontrar outra alternativa como o segundo candidato do PMDB ao Senado, um dos nomes garantidos é o do deputado federal Waldemir Moka, que derrotou o senador Valter Pereira nas prévias do partido realizadas em 7 de março.

O vice-governador espera apenas conversar ainda hoje com André Puccinelli, que participa nesta manhã da 4ª Conferência Estadual das Cidades, em Campo Grande.

Apesar de aceitar ser um dos coordenadores da campanha de André Puccinelli, Murilo não esconde de ninguém sua frustração, uma vez que seu grande sonho era representar a região da Grande Dourados no Senado.

A maior queixa do democrata é com o esquema de "carta-marcada" da campanha arquitetada pela cúpula do PMDB, que o alijou do processo para eleger, além de Moka, o senador Delcídio do Amaral (PT).

O esquema velado irritou as principais lideranças do BDR (Bloco Democrático Reformista), formado por PSDB, DEM, PPS. Por causa disso, Murilo passou a exigir um suplente que tivesse a “cara”do governador. 

A principal alternativa para ocupar a outra vaga do Senado pelo PMDB é o deputado federal Geraldo Resende, conforme noticiou o site Conjuntura Online com exclusividade.

Interlocutores do governo confidenciaram que Murilo, como recompensa, ocuparia uma das secretarias do Estado em eventual segundo mandato de André Puccinelli, com o compromisso de disputar a sucessão do prefeito de Dourados, Ari Artuzi (PDT), em 2012, com o apoio do líder peemedebista.

Somente depois da repercussão negativa da notícia é que o vice-governador foi à imprensa negar suas declarações.