25 de novembro de 2004 - 07:50

Assentados ocupam agência do BB

Pelo menos 70 trabalhadores rurais de oito assentamentos de Rio Brilhante (a 60 km de Dourados) ocuparam ontem de manhã a única agência do Banco do Brasil na cidade. Eles protestavam contra a demora na liberação de recursos para custeio da safra. O protesto durou cerca de quatro horas. Não houve maiores incidentes. Nesse período, os assentados impediram o atendimento aos clientes e só deixaram a agência depois de obter garantias que seriam recebidos por representantes do banco e do Idaterra (Instituto de Desenvolvimento Agrário, Assistência Técnica e Extensão Rural).
Os trabalhadores rurais apresentaram uma pauta com 11 reivindicações, entre elas liberação dos recursos para custeio do arroz irrigado, crédito para plantio de mandioca, fim da obrigatoriedade do avalista para crédito de custeio e investimento de até R$ 10 mil, reconhecimento da produção dos agricultores familiares, antecipação de créditos de 2005/2006 e liberação imediata dos créditos para investimento.
Carmem Cilene do Carmo, representante do assentamento “Margarida Alves”, (ligado ao MST), disse que os assentados querem ser reconhecidos como produtores. Segundo ela, o Margarida Alves, onde moram 120 famílias, produziu 24 mil sacas de arroz irrigado em 360 hectares na safra passada. O Fortuna, outro assentamento de Rio Brilhante (coordenado pela Fetagri), produziu, segundo a representante dos agricultores, 56 mil sacas de arroz em 460 hectares.
Rio Brilhante, de 26 mil habitantes, possui 714 lotes de assentamentos rurais, onde vivem ao menos 2.800 pessoas.
Segundo Carmem Cilene, os assentados plantaram o arroz irrigado e agora esperam a liberação do dinheiro para cobrir os custos.
Acordo
Uma reunião foi realizada ontem à tarde entre os assentados e representantes do Banco do Brasil, do Idaterra e da Prefeitura de Rio Brilhante. Carmem Cilene informou que o banco se comprometeu em liberar até amanhã o crédito para 40 produtores. Cada um tem direito a receber R$ 3.900. “Se a promessa não for cumprida, na segunda-feira a gente volta aqui para protestar”, disse a agricultora.
Ainda segundo a representante dos assentados, uma comissão vai a Dourados para discutir na Embrapa a inclusão dos agricultores familiares de Rio Brilhante no zoneamento do arroz irrigado, para evitar que os produtores fiquem sem crédito na próxima safra.
 
 
Diário MS