Assessoria | 22 de maio de 2010 - 08:34

Presidente da Fiems critica logística de transporte de MS

O presidente da Fiems, Sérgio Longen, advertiu nesta sexta-feira (21/05), no 1º Fórum Internacional de Logística Codesul-Zicosul realizado durante a Expo-MS Industrial 2010, a necessidade de melhorias da estrutura logística de transporte de Mato Grosso do Sul com a dos Estados vizinhos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e também com Argentina, Bolívia, Chile e Paraguai. “É um momento singular para tratarmos do papel estratégico da iniciativa privada no âmbito dos países que integram a Zicosul e dos Estados membros do Codesul. Mais do que integrar, é preciso interagir e mobilizar nosso segmento para fazer movimentar esta imensa rede, plena de mercados e negócios”, disse.

Ele lembra que Codesul e Zicosul totalizam uma população de mais de 59 milhões de pessoas com um imenso potencial produtivo e de consumo. “Temos muitas razões para buscar a união econômica dessa área via ação conjunta dos governos com o setor empresarial. Acima de tudo, este deve ser o tema prioritário da nossa agenda, porque só assim alcançaremos o fortalecimento de nossas empresas e dos gestores envolvidos. nossa palavra de ordem deve ser a facilitação dos processos comerciais”, declarou, acrescentando que é preciso encurtar distâncias, não só no plano geográfico, com a viabilização da rota bioceânica, mas também para descomplicar e desburocratizar as relações.

Na avaliação de Longen, é chegado o momento da Zicosul e do Codesul assumirem o papel de fóruns articuladores e referenciais entre os setores produtivos de seus países e Estados membros para conceber propostas que cumpram a missão de proporcionar o livre comércio entre eles. “Não é concebível que tenhamos tantas dificuldades que persistem em nos separar. Somos vizinhos e irmãos e a nossa proximidade deve ser fator de união”, pontuou, lembrando que a indústria já contabiliza gargalhos enormes. “O nosso custo é muito onerado, pois dependemos quase na totalidade do transporte rodoviário. Nossas estradas estão estranguladas, operando em níveis máximos de capacidade, tanto nos períodos de safra, quanto de entresafra. O custo do frete é altíssimo, afetando diretamente a competitividade dos nossos produtos”, garantiu.

Modal

O presidente da Fiems lembra que o Estado conta com um modal hidroviário pouco explorado e as hidrovias Paraná-Tietê e Paraguai-Paraná devem e podem cumprir papel estratégico no escoamento da produção estadual. “Na mesma situação, encontra-se o modal ferroviário que, apesar de geograficamente oferecer uma imensa potencialidade, hoje é sub-utilizado e não oferece condições seguras para o transporte das cargas. Estamos tratando aqui de oportunidades reais de desenvolvimento. Temos tudo que uma empresa precisa para se instalar e crescer, mas, precisamos com urgência de resolver o gargalho da logística do transporte”, reforçou, lembrando que vai contribuir para tornar mais competitivos e consolidar o processo de industrialização do Estado.

Na avaliação do presidente da Zicosul e governador da província argentina de Salta, Juan Manuel Urtubey, a integração logística depende de trabalhos conjuntos. “Precisamos pensar como as nossas economias podem crescer juntas, mas ainda temos enormes gargalos, principalmente na área de logística de transporte”, disse, defendendo uma proposta de integração rodoviária e ferroviária.

Para o governador André Puccinelli, chegou a hora da integração verdadeira, saindo das palavras para as ações concretas. “Temos concretizar a integração rodoferroviária para depois iniciar os trabalhos de redução das tarifas e, posteriormente, aprofundar as relações bilaterais nas áreas de cultura e turismo”, ressaltou, informando que Mato Grosso do Sul precisa viabilizar o escoamento da sua produção pelos portos de Santos, no Brasil, e Iquique, no Chile. “A Ferroeste já vai viabilizar a ligação férrea entre Maracaju, Dourados, Mundo Novo e Cascavel, no Paraná”, lembrou.