24 de novembro de 2004 - 07:09

Oposição nega parceria, mas Dualib anuncia fusão com a MSI

Depois de mais de seis horas de confusão, invasão e gritaria, continua o mistério: afinal, a MSI é ou não a nova parceira do Timão? O presidente Dualib garante que sim, mas, segundo os opositores, a resposta é não. 'A parceria foi aprovada sem votar. Foi na marra. Não tem parceria', declarou Waldemar Pires, ex-presidente do Alvinegro. Para ele, 'foi tudo uma palhaçada'.

O delegado Romeu Tuma Jr também desceu as escadas que dão acesso ao salão nobre do clube confiante no fracasso do acordo. 'A fome foi maior do que a barriga. Os juízes não foram ouvidos e as coisas foram feitas por quem não tem competência para dirigir o Corinthians. Eles erraram e encerraram a votação. Se o presidente assinar o contrato agora, vamos para a Justiça', prometeu.

Para Tuma, 'a parceria não fechou, e eu espero que eles (MSI) puxem o carro do Corinthians de uma vez.' Informado sobre as declarações de Andres Sanchez e Alberto Dualib dizendo que 'a MSI já faz parte do Corinthians', o delegado retrucou: 'Traz o Andres na minha frente e manda ele dizer isso. Ele sabe que não fechou nada', provocou.

Quem melhor explicou o que aconteceu na reunião foi Miguel Marques e Silva, Juiz de Direito e um dos opositores ao acordo. 'Já protocolamos uma petição para preservar a fita e entregar a gravação, pois o Bigi (José de Castro, presidente do Conselho Deliberativo) se enganou e encerrou a votação antes mesmo dela começar. Agora eles têm de marcar uma nova votação, pois tudo o que foi decidido depois que ele deu por encerrada, está nulo', garantiu. 'O presidente pode até aprovar na 'canetada', mas está nulo de pleno direito', completou.

Toda a confusão ocorreu na hora em que José de Castro Bidi colocou em votação qual seria o meio de votar a parceria, se pelo 'senta, levanta' ou pela votação nominal. Quando ficou decidido que seria pelo 'senta, levanta', ele se confundiu e anunciou: 'a sessão está encerrada e a parceria aprovada'. Nesse momento, os opositores aproveitaram o vacilo e se retiraram do local, sob a alegação de que a sessão não poderia ser reaberta e que a parceria não poderia ser aprovada, pois não foi votada.

Plenos poderes: Alheio a toda comemoração da oposição, o presidente Alberto Dualib convocou uma entrevista coletiva ao lado de José de Castro Bigi e anunciou: 'A parceria está fechada. Por causa do tumulto, o Bigi se equivocou e deu a reunião por encerrada, mas logo corrigiu o erro e reabriu a sessão, e aí a parceria foi aprovada', explicou.

Para Dualib, não há a menor possibilidade de uma nova reunião acontecer, como pleiteiam os membros da oposição. Sobre a intenção de Tuma e outros opositores de entrar na Justiça, o presidente desdenhou, confiante: 'Eles estão na Justiça faz tempo, e só hoje entraram com duas liminares que não deram em nada'.

Pivô de toda a confusão, o presidente do Conselho Deliberativo, José de Castro Bigi, deu sua versão dos fatos. 'Eu não encerrei a votação. Coloquei em votação o parecer do Cori e ele foi referendado. Está fechada a parceria. Os membros da oposição foram embora porque quiseram', acusou.

Com tudo o que aconteceu na noite de terça, a situação ficou da seguinte forma: o presidente deve assinar o contrato nos próximos dias, mas corre o risco de ter de voltar atrás na decisão, pois a oposição garante ter provas de que a parceria não foi votada e tentará anular qualquer decisão. Ao que tudo indica, a novela Timão/MSI ainda está longe do fim.

 

Gazeta Esportiva