Uma enquete realizada pelo site de notícias Campo Grande News revela resultados mistos e talvez surpreendentes sobre o que se pode esperar dos responsáveis políticos que foram empossados em 1º de janeiro, na sequência das eleições municipais. O ambiente que se vive no momento atual, nas democracias ocidentais, não é dos mais positivos. Os acontecimentos de Washington, no dia 6 de janeiro, lembram como as democracias podem ser frágeis. Seria bem mais provável jogar bingo online grátis e pegar uma cartela com os números certos do que prever que algo como um assalto ao Capitólio poderia acontecer.
Ainda assim, talvez não exista motivo para tanto pessimismo.
Pessimismo? Depende das expectativas
A enquete apresentava uma pergunta simples: “qual é a sua expectativa para os mandatos que começam hoje?” Eram apresentadas duas opções de resposta: “otimista” e “pessimista”.
Dos leitores do Campo Grande News, 53% responderam “pessimista” e 47% responderam “otimista”.
O Campo Grande News tirou a conclusão que “a maioria está pessimista”, é claro que é verdade. 53% é maioria. Mas em meio a um ambiente de certa desconfiança, não seria de esperar níveis de pessimismo ainda maiores? A verdade é que pelo menos os campo-grandenses, que são a maioria dos leitores do Campo Grande News, não estão esmagadoramente descrentes no próximo mandato. 47% consegue estar otimista. Não será isso positivo?
Uma década difícil ou de renascimento?
A última década não foi das mais fáceis para o Brasil. Mas vale a pergunta se não estaremos em um momento de renascimento.
A crise econômica de 2013 e os protestos que gerou nas ruas lembraram que o povo está pedindo aquilo que os anglo-saxônicos chamam “accountability”, e que não é mais que pedir contas. A operação Lava-Jato surgiu neste cenário político e social.
O discurso político acaba por passar ao lado do que é, talvez, mais importante. A sociedade brasileira vive um momento de grande “polarização”; quem não é por um lado é considerado como estando do outro. Não tem meio termo, é quase impossível lançar pontes e estabelecer contato. Essa polarização está acontecendo um pouco por todo os países do Ocidente, das Américas até à Europa. É como se a civilização ocidental estivesse debatendo muito seriamente qual será seu futuro. E desse debate pode nascer um novo renascimento.
O reforço do papel do cidadão
A democracia não está tanto em crise como parece. Por todo o mundo, mesmo em culturas e civilizações que não derivam das tradições europeias, são muito poucos os locais onde o povo e o cidadão não são colocados no centro da legitimidade política. Mesmo em um país como a China, que certamente não é uma democracia, existem dados que apontam para altos níveis de confiança dos cidadãos em suas instituições. Essa confiança vem do crescimento econômico do país, e não da ideologia política ou do controle duro de uma ditadura ou uma pequena elite sobre um grande povo dominado.
No Brasil e no resto do mundo, o cidadão e o povo (o conjunto dos cidadãos) continuarão como fonte da legitimidade e continuarão exercendo vigilância apertada sobre seus representantes.
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