O dólar comercial fechou em queda pelo quarto dia seguido nesta quarta-feira (8), com recuo de 0,68%, cotado a R$ 2,386 na venda. Com isso, a moeda norte-americana se mantém no menor nível desde 24 de setembro, quando valia R$ 2,384.
Apenas nas últimas quatro sessões, o dólar acumula desvalorização de 4,25%.
Cenário externo
No contexto internacional, investidores analisaram a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) – em 16 e 17 de setembro- divulgada nesta tarde.
A ata mostrou sinais de que integrantes do Fed estão preocupados com o impacto que o fortalecimento do dólar pode ter sobre a economia.
Alguns dos membros presentes na reunião ressaltaram a possibilidade de as expectativas de inflação de longo prazo estarem levemente mais baixas do que a meta do Fed.
Com a inflação abaixo do esperado, o Fed poderia levar mais tempo para elevar a taxa de juros no país. Essa decisão preocupa investidores brasileiros, pois juros mais altos nos EUA poderia atrair para lá recursos atualmente investidos onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.
Contexto nacional
No Brasil, os investidores continuaram de olho no cenário eleitoral.
Desde que Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República, garantiu uma vaga no segundo turno das eleições e aproximou-se da presidente Dilma Rousseff (PT) como nunca antes na campanha, vêm crescendo as apostas em vitória da oposição, de acordo com operadores ouvidos pela agência de notícia Reuters.
A política econômica do atual governo é criticada por profissionais do mercado, ainda de acordo com esses analistas.
As pesquisas de intenção de voto do Datafolha e do Ibope podem ser divulgadas a partir de quinta-feira.
Intervenções no mercado de câmbio
As atuações do Banco Central no mercado de câmbio também influenciaram o resultado desta sessão.
O BC manteve seu programa de intervenções diárias, com as novas regras anunciadas em junho, vendendo os 4.000 novos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) ofertados. Deles, 1.650 têm vencimento em 1º de junho de 2015, e 2.350 são para 1º de setembro do próximo ano.
O BC também realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap que vencem em 3 de novembro. Foram vendidos 8.000 swaps: 3.400 com vencimento em 3 de agosto de 2015, e 4.600 para 1º de outubro do próximo ano.
A operação movimentou o equivalente a US$ 393,9 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 2,361 bilhões, ou cerca de 27% do lote total do mês que vem, que corresponde a US$ 8,84 bilhões.
Entrada de dólares supera saída em US$ 2 bi
As entradas de dólares no país superaram as saídas em US$ 2,044 bilhões em setembro, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira. É o melhor resultado para o chamado fluxo cambial desde abril passado, quando houve saldo positivo de US$ 2,783 bilhões. É também o melhor resultado para o mês de setembro desde 2011 (US$ 2,783 bilhões).
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