Os países emergentes estão sofrendo com a forte desvalorização de suas moedas. O Brasil foi colocado pela imprensa internacional como um dos "cinco frágeis", termo usado pelo banco Morgan Stanley para identificar os países que sofreriam mais com a mudança da política econômica e o fim dos estímulos nos EUA. O grupo engloba Brasil, África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia. Com dólar e juros em alta, como se proteger? As dicas foram dadas por três especialistas: Evaldo Alves, professor de Economia da FGV-Eaesp; Marcos Crivelaro, professor de Finanças da Fiap; e Rodrigo Hudson, sócio-diretor da Cotar Câmbio
Se for viajar para fora do país, os especialistas recomendam levar a maior parte do valor a ser gasto em dinheiro, para evitar pagar IOF de 6,38% nos gastos com cartão de crédito e de débito. Se quiser optar pelo cartão, pela praticidade e segurança, prefira o de débito. O uso do cartão de crédito no exterior deve ser evitado, pois a cotação do câmbio só é conhecida no momento da fatura, incerteza que deve ser evitada a todo custo em momentos de grande oscilação do câmbio.
Com a tendência de aumento do dólar, a dica é planejar a viagem com antecedência. Rodrigo Hudson, da Cotar Câmbio, aconselha comprar dólares aos poucos. "É uma estratégia de proteção num curto prazo", diz. Se a viagem for feita daqui a 6 meses e o gasto planejado for de US$ 3.000, o ideal é comprar US$ 500 por mês, para diluir os custos e não ter surpresas no caminho. Evaldo Alves, da FGV-Eaesp, aconselha a antecipar o que for possível, como reservas em hotéis e compra de passagem aérea.
Se for comprar carro, prefira os fabricados no Brasil, para evitar a alta do dólar. Para o professor de Finanças da Fiap, Marcos Crivelaro, convém não se endividar por longos períodos em momentos de crise na economia. Se tiver o dinheiro para pagar à vista, pechinche. Para Evaldo Alves, da FGV-Eaesp, o financiamento de imóvel não é afetado pelo dólar. O importante é fazer o planejamento para não comprometer demais a renda, e ficar atento à inflação e à perspectiva de alta da taxa de juros.
O momento é de cautela. Os especialistas recomendam deixar a maior parte das economias em produtos de renda fixa. Mesmo com a perspectiva de alta do dólar, não aconselham a investir na moeda, a não ser que pretenda viajar ou pagar compras feitas no exterior. Se quiser investir em ações, aconselham a análise fundamentalista para verificar se a empresa é sólida. Investimentos de risco só para quem tem muito conhecimento do mercado.
Organizar as finanças é um trabalho que todos deveriam fazer a qualquer tempo, seja em períodos de crise ou não, para que a família saiba quanto tem de receita e quanto tem de despesas, para cortar gastos inúteis e poupar uma parte da renda todo mês. Isso faz com que as pessoas tenham mais tranquilidade para vivenciar momentos de incerteza. A dica do professor Evaldo Alves, da FGV-Eaesp, é que as pessoas busquem aumentar suas receitas, diversificando suas fontes de renda.
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