Após atingir R$ 3,81 durante o dia, o dólar comercial anulou os ganhos e fechou estável nesta quinta-feira (3), valendo R$ 3,76 na venda. Com isso, o dólar interrompe uma sequência de quatro altas consecutivas.
Na véspera, a moeda norte-americana tinha subido 1,95% e atingido o maior nível desde 12 de dezembro de 2002.
O movimento da moeda hoje foi influenciado pela entrada de dólares no país. Também influenciou a aprovação, pela Câmara, da medida provisória 675, que aumenta a tributação de bancos e instituições financeiras.
Segundo o texto-base aprovado pela Câmara, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) subirá para 20% até 1º de janeiro de 2019, ante os atuais 15%. Isso pode levar bancos brasileiros com subsidiárias no exterior a vender dólares para manter sua proteção cambial.
Preocupações continuam
Os investidores, no entanto, continuavam preocupados com as contas públicas brasileiras.
No início da semana, o governo enviou ao Congresso proposta de Orçamento de 2016 prevendo gastos maiores do que receitas. O mercado entendeu que a decisão aumenta a chance de o Brasil perder seu grau de investimento nos próximos meses.
Essa perspectiva vem levando investidores a venderem seus negócios denominados em reais, levando a uma alta do dólar.
Atuação do BC
O mercado continuava atento à possibilidade de o Banco Central ampliar a atuação no mercado de câmbio, já que a alta do dólar tende a pressionar a inflação. "O mercado está desconfiado. O BC está quieto demais", disse o operador de câmbio de uma corretora nacional à agência de notícias Reuters.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 9.450 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou US$ 1,369 bilhão, ou cerca de 14% do total de US$ 9,458 bilhões. Se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
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