Menu
terça, 23 de abril de 2024
Busca
Busca
levantamento

Pelo menos 83 jornalistas foram agredidos durante manifestações

21 Out 2013 - 15h19Por Agência Brasil

Pelo menos 83 jornalistas brasileiros foram agredidos desde junho, quando teve início a onda de protestos no país, segundo levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Quase 80% dos casos, ou 65 agressões, foram resultado da ação de policiais militares.

Para organizações de direitos humanos e entidades de classe, apesar de as manifestações terem elevado os números deste ano, a violência contra profissionais de comunicação tem crescido nos últimos anos. Os assassinatos, por exemplo, passaram de dois, em 2005, para seis, em 2011, de acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

O presidente da Fenaj, Celso Schröder, cita alguns fatores que explicam essa curva ascendente de violência contra jornalistas, entre eles a impunidade. "[As agressões] ocorrem principalmente na cobertura de política, há um senso comum de que é permitido fazer. É na imprensa que se dá o confronto direto entre os interesses privados, que sejam ilegais, com o interesse público, e isso produz reações", declarou em seminário internacional sobre violência contra jornalistas e o cerceamento do direito da sociedade à informação. O encontro é promovido pela comissão organizadora do Prêmio Vladimir Herzog, na capital paulista.

Um dos casos mais recentes ocorreu nas manifestações do Dia do Professor, 15 de outubro, com o repórter fotográfico Yan Boechat. Segundo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), Boechat foi espancado por um grupo de policiais militares que tentava impedir que ele registrasse imagens da agressão a um manifestante. Levantamento do sindicato contabilizou 23 casos de agressão e cinco detenções de profissionais de comunicação durante o mês de junho.

O presidente do SJSP, José Augusto Camargo, avalia que esse tipo de violência não se resolve apenas com ações individuais. "É um problema pessoal, porque envolve o direito ao exercício da profissão, mas também é uma questão coletiva, porque cala a voz da sociedade". Para ele, a escalada de violência percebida no último mês de junho tem paralelo com o período da ditadura militar. "Não se via isso desde então".

As entidades sindicais defendem a adoção de políticas públicas para combater esse aumento das agressões, como a formação de um observatório nacional que monitore as denúncias. "É uma questão que tem nos preocupado. Desde o ano passado, um grupo de trabalho da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, com organizações da sociedade civil, discute medidas como a federalização desses crimes", disse Bruno Renato Teixeira, ouvidor nacional de Direitos Humanos da secretaria. Ele informou que a criação do observatório deve ser anunciada ainda este ano.

Schröder propõe a adoção de um protocolo pelas empresas de comunicação que garanta aos profissionais, entre outras questões, seguro de vida, equipamentos, autonomia do repórter para a escolha da pauta e a criação de uma comissão que avalie os enfoques dados às reportagens. "Boa parte das empresas não dá aos seus jornalistas ferramentas para a proteção", disse. Ele rejeita a ideia de que o risco é inerente ao jornalismo. "Não é verdade isso. Uma cobertura jornalística precisa ser avaliada desse ponto de vista para que possamos minimizar os riscos quando eles ocorrem", defendeu.

Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

Foto: Chico Ribeiro - Avenida Duque de Caxias AÇÕES DO GOVERNO DE MS
Governo licita mais de R$ 21,8 milhões para obras em vias urbanas e rodovias de MS
SAD - Foto: Bruno Rezende/Arquivo GABARITO DIVULGADO
SAD divulga gabaritos do concurso da Saúde e abertura de prazo para recurso; confira
Fotos: Saul Schramm AÇÕES DO GOVERNO DE MS
MS Ativo Municipalismo: novo conceito de parcerias garante melhores entregas à população
FOTO: MÍDIA MAX FEMINICÍDIO EM MS
'Matei porque era prostituta': Homem deu 30 facadas em mulher e passou 3 dias com corpo em MS
FOTO: BLOG FAVO DE MEL FÁTIMA DO SUL DE LUTO
Fátima do Sul com tristeza se despede do querido amigo Mirão, família informa sobre velório

Mais Lidas

MEGA-SENA - Foto: Tânia Rego/ Agência BrasilSORTUDOS DE MS
Sortudos de MS faturam R$ 202,8 mil na quina da Mega-Sena; DEODÁPOLIS e mais 13 cidades na lista
FOTO: JD1FEMINICÍDIO EM MS
FEMINICÍDIO: Mulher morre ao ser atropelada várias vezes pelo namorado em MS
José Braga tinha 77 anos de idade - (Foto: Rede social)LUTO
Morre José Braga, ex-vereador em Dourados e Fátima do Sul
FEMINICÍDIO
Família se despede de Andressa em velório após ser atropelado por marido
ASSASSINATO
Mulher morta com 30 facadas desistiu de programa por achar assassino 'muito feio' em MS