O jovem brasileiro tem consciência de que é imprudente no trânsito, reconhece que essa imprudência é ainda maior quando está em grupo e acredita que este comportamento é motivado pela adrenalina. Apesar de ser a principal vítima de acidentes, não se sente o responsável pela diminuição desses números.
É o que revela a pesquisa O Jovem e o Trânsito, realizada pelo Ibope a pedido do Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST), Perkons (empresa que desenvolve equipamentos de fiscalização eletrônica), Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
O Ibope entrevistou mil jovens entre 16 e 25 anos em 66 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. Esta é a primeira vez que uma pesquisa nacional traça o perfil do jovem no trânsito e identifica o seu pensamento sobre o assunto.
O relatório da pesquisa será encaminhado para a ONU/OMS em Genebra, na Suíça. O objetivo é desenvolver ações que contribuam para a redução do número de acidentes em mortes envolvendo jovens.
Para 88% dos entrevistados, o jovem dirige mais depressa. Destes, 39% acreditam que o que impulsiona este comportamento é a adrenalina e 30% acreditam que é a bebida. De acordo com os resultados da pesquisa, para 86% dos jovens entrevistados o comportamento de risco no trânsito é intensificado quando o jovem está em grupo de dois ou mais amigos.
Dados de 2005 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), demonstram que dos 26.409 mortos em acidentes no país, 7.132 tinham entre 18 e 29 anos, ou seja 27%. No entanto, o jovem não pensa que ele, como motorista, é o responsável pela redução dos índices de acidentes de trânsito.
Apenas 10% dos entrevistados que já se envolveram em acidentes declararam, em respostas espontâneas, que o motorista jovem é o responsável pela redução de acidentes. Apesar disso, 37% acreditam que o motorista é o responsável pela queda desses números.
Entre os que já se envolveram em acidentes de trânsito, 57% declaram que o motivo dos acidentes é imprudência do motorista, seguida pelo excesso de velocidade, com 15% das respostas, e pela bebida, com 9%.
Descrédito - A pesquisa revelou também um descrédito dos jovens em relação às autoridades de trânsito e a falta de respeito às leis. Do total de entrevistados, 55% declarou que a fiscalização eletrônica é mais eficiente que a feita por agentes de trânsito.
Esse desrespeito à legislação também é demonstrado pelo número de jovens com menos de 18 anos que dirigem sem ter carteira de habilitação. Do total de entrevistados com menos de 18 anos, 20 % declararam que dirigem de vez em quando e, destes, 60% aprenderam a dirigir com os pais.
“Há uma clara conivência dos pais nesse comportamento imprudente. Além dos pais ensinarem a dirigir, nos grupos de discussão, os jovens declararam que dirigem os carros dos pais”, avalia a coordenadora da pesquisa, a pedagoga Nereide Tolentino. Pelo Código de Trânsito Brasileiro, entregar veículo para menores de 18 anos é crime.
As quatro principais sugestões dos jovens para melhorar o trânsito e reduzir o número de acidentes são mais investimento em campanhas educativas, em fiscalização, aumento da punição e o maior investimento em educação de trânsito, nesta ordem.
Da assessoria
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