Os cruzeiros marítimos pelo Brasil movimentaram R$ 1,3 bilhão na temporada 2010/2011, segundo estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) apresentado nesta segunda-feira (30). Chama a atenção que 39% desse total corresponde apenas a gastos com combustíveis (R$ 291,7 mi) e taxas portuárias e impostos (R$ 215,2 mi).
R$ 1,3 bi | Gasto total gerado com cruzeiros no Brasil |
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40% | gastos dos passageiros e tripulantes nas cidades portuárias |
39% | combustíveis, taxas portuárias e impostos |
21% | suprimentos a bordo, comissões a agentes e operadoras, água e lixo |
Mas Airton Pereira de Nogueira Junior, coordenador da pesquisa, ressaltou o efeito cascata na economia em terra, para além dos navios.
Afinal, quase a mesma porcentagem anterior, de 40% do total (R$ 522,5 milhões), foi gerada pelos gastos dos turistas e dos tripulantes nas cidades dos portos --de embarque, desembarque e trânsito. Veja abaixo como se distribui esse gasto em terra, realizado principalmente no comércio varejista e com alimentos e bebidas.
R$ 522,5 mi | Gastos dos passageiros e tripulantes nas cidades portuárias |
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R$ 172,6 mi | comércio varejista |
R$ 155,1 mi | alimentos e bebidas |
R$ 80,3 mi | transporte antes ou depois do cruzeiro |
R$ 67,6 mi | passeios turísticos |
R$ 30,5 mi | transporte nos portos de escala |
R$ 16,4 mi | hospedagem antes ou depois do cruzeiro |
As principais cidades portuárias envolvidas nessa conta são, na ordem: Rio de Janeiro (RJ), com R$ 102,9 milhões; Santos (SP), com R$ 86,6 milhões; Búzios (RJ), com R$ 57 milhões; Salvador (BA), com R$ 43,9 milhões; e Ilhabela (SP), com 42,3 milhões.
Os cinco destinos representam cerca de 64% desses gastos terrestres e 80% do total de escalas de cruzeiros, entre os 16 portos brasileiros.
Rafael Andrade/Folhapress | ||
Terminal de embarque e desembarque de navios de cruzeiro, na praça Mauá, zona portuária do centro do Rio |
SUPRIMENTOS
Os quase 20% restantes na conta vêm do navio em si, com suprimentos de alimentos e bebidas a bordo (R$ 133,5 mi), comissões a agentes e operadoras (R$ 122,9 mi), além de água e lixo (R$ 28,1 mi).
A temporada teve 20 navios, que transportaram 792.752 cruzeiristas --12% estrangeiros. Seis anos antes, na temporada 2004/2005, quando a FGV havia feito seu primeiro e então único estudo abrangente sobre o setor, eram apenas seis navios transportando 139 mil cruzeiristas --cerca de cinco vezes menos.
Outra maneira de determinar o impacto econômico em cascata dos cruzeiros no Brasil é pelos empregos gerados. Foram 20.638 postos de trabalho na última temporada, sendo cerca de 5 mil tripulantes e o restante calculado pelos gastos dos turistas nas cidades portuárias, além da cadeia produtiva de apoio.
O CRUZEIRISTA
O perfil identificado do passageiro de cruzeiros no Brasil na última temporada, com base em 4.000 questionários, é que 55,8% são mulheres, 26,3% possuem entre 25 a 34 anos e 58,1% têm ensino superior completo (68,2%, incluindo os com pós-graduação).
Quanto à companhia, 43,8% viajaram com cônjuge ou namorado (a). Além disso, 62,7% fizeram seu primeiro cruzeiro, 88,9% desceram em ao menos uma das escalas e 61,1% vieram do Estado de São Paulo.
O estudo foi encomendado pela Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar) e apresentado na abertura do evento Seatrade South America Cruise Convention, em São Paulo.
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