Para o produtor rural, a Instrução Normativa sobre a classificação de carcaças precisa ser debatida e revista de forma que não se torne uma armadilha para o setor. O assunto foi discutido hoje, na 2ª reunião de debate do tema, realizada hoje (23), na Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), com pecuaristas, representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Famasul.
Com esta proposta, a instrução prevê a obrigatoriedade de implantação do Sistema a partir de janeiro de 2005, e tem como finalidade apenas a descrição das condições de carcaça, com custo certo e sem previsão de retorno em remuneração ao produtor.
Segundo o fiscal federal agropecuário, Carlos Eduardo Tedesco, o MAPA, que construiu a posposta atual do sistema de classificação, não pode regular sozinho o mercado, por isso a necessidade do debate. “Isto precisa ser discutido, principalmente entre os produtores e a indústria, as duas partes mais importantes da cadeia produtiva”, ressalta.
De acordo com Ademar Silva Júnior, diretor-secretário da Famasul, a maior reivindicação é a suspensão do prazo determinado e a necessidade do sistema ter um caráter facultativo. Ele explica que apenas 20% da carne produzida hoje, no Estado, iria alcançar o padrão ideal pré-determinado na instrução. Dessa forma, a obrigatoriedade do sistema acabaria penalizando em grande parte os produtores. “Em vez disso, queremos que estes 20% produzidos sejam premiados com uma remuneração melhor, pela sua qualidade, sem penalizar os 80% restantes, o que prejudicaria muito o pecuarista que já enfrenta uma remuneração tão baixa na sua atividade”, diz Ademar.
Ele lembra que Mato Grosso do Sul é o principal fornecedor de carne para o Brasil. “E por isso, não podemos simplesmente aceitar as decisões tomadas, temos que tomar à frente no debate, e posteriormente levar as questões levantadas para o âmbito nacional”, defende.
A próxima reunião está prevista para o dia 13 de Setembro, na Famasul. O Sindicato das indústrias frigoríficas será convidado a participar, juntamente com os produtores e os representantes do Ministério.
Famasul
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