Menu
terça, 23 de abril de 2024
Busca
Busca
CONGRESSO

Senado brasileiro vota hoje a adesão da Venezuela ao Mercosul

9 Dez 2009 - 07h25Por Agência Brasil

O Senado brasileiro vota nesta quarta-feira (9) o Protocolo de Adesão da Venezuela como membro pleno do Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco econômico que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um projeto de integração concebido por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, envolvendo dimensões econômicas, políticas e sociais. Os diversos órgãos que o compõem cuidam de temas tão variados quanto agricultura familiar ou cinema, por exemplo. No aspecto econômico, o Mercosul assume hoje o caráter de União Aduaneira, mas seu objetivo é constituir-se em verdadeiro Mercado Comum, seguindo os objetivos estabelecidos no Tratado de Assunção, que determinou a criação do bloco, em 1991

O Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul nasceu em Caracas em 4 de julho de 2006, firmado pelos presidente dos países membros permanentes do bloco e por Hugo Chávez, da Venezuela. O passo seguinte para que pudesse entrar em vigor é sua ratificação em cada um dos parlamentos nacionais envolvidos. Desde então, já deram voto positivo os parlamentos da Venezuela, da Argentina e do Uruguai

Com informações do Itamaraty

Após mais de cinco semanas de seguidos adiamentos, as lideranças dos partidos conseguiram um acordo para que o tema seja o primeiro item da pauta em plenário na sessão de hoje, segundo adiantou ao UOL Notícias o líder do governo na casa, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Jucá também afirmou que o acordo para votar o tema não significa uma aprovação fácil. "Vai ter muita discussão, a oposição é contra", disse o senador. "Então vamos discutir bastante e apurar os votos no final."

O protocolo já passou com folga pela Câmara dos Deputados (265 votos contra 61, com seis abstenções), em dezembro do ano passado, e no dia 29 de outubro foi aprovado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado por 12 votos a 5, abrindo caminho para a votação em plenário no Senado.

Esse último passo, no entanto, deve ser o mais difícil. A oposição já afirmou que tentaria barrar o protocolo, e a dificuldade do governo em assegurar os votos necessários para aprová-lo fez com que a votação fosse adiada até agora.

Não só aqui a votação é motivo de descrença. Ontem, na Reunião de Cúpula do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Senado brasileiro aprovaria nesta quarta-feira o ingresso da Venezuela no Mercosul, e a afirmação foi motivo de risada entre os presentes.

Caso o Senado aprove o protocolo, a incorporação de Caracas passa a depender apenas do Congresso do Paraguai, uma vez que todos os demais países envolvidos já se manifestaram a favor desta ampliação do bloco.

Prós e contras
A principal crítica feita pela oposição brasileira contra a entrada da Venezuela no bloco diz respeito às supostas violações à democracia com o governo do presidente Hugo Chávez, que já aprovou a reeleição ilimitada e promove medidas de restrição ao funcionamento da mídia.

Para os que defendem esse argumento, a entrada da Venezuela seria, portanto, uma violação ao Protocolo de Ushuaia, um dos documentos reguladores do bloco, segundo o qual "a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados Partes".

Por outro lado, para representantes governistas, como Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, a entrada da Venezuela teria justamente o mérito de fortalecer a democracia naquele país.

Outro fator apontado para os defensores da incorporação de Caracas é o peso da economia venezuelana. O país é hoje a terceira economia da América do Sul (depois de Brasil e Colômbia), com um PIB de US$ 320 bilhões em 2008 e uma população de 27 milhões de pessoas.

A balança externa venezuelana também é um atrativo para um bloco que pretende estimular o comércio regional: dependente da indústria do petróleo, o país importa mais de 70% dos alimentos que consome. Além disso, o país experimenta um crescimento no consumo interno, puxado pelos altos gastos do governo e pelo aumento no salário real em anos recentes.

Esse mercado é especialmente interessante para o Brasil, que possui a indústria de bens de consumo mais competitiva da região. Em 2008, a Venezuela foi o segundo destino das exportações brasileiras na América do Sul (atrás apenas da Argentina), em uma relação comercial que produziu US$ 4,6 bilhões em superávit comercial para o Brasil.

Atualmente, o principal parceiro econômico da Venezuela é os Estados Unidos, apesar de toda retórica contra os "ianques" do presidente venezuelano - uma fatia de comércio que, segundo os analistas, poderia ser destinada à América do Sul com a entrada da Venezuela no Mercosul.

Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

VICENTINA - PROGRESSO
Prefeito Marquinhos do Dedé lidera avanço histórico rumo ao saneamento completo em Vicentina
Fátima Fest 2024
Agora é oficial Luan Santana divulga em sua agenda a data do show em Fátima do Sul no Fátima Fest
Ajude
Mãe luta por tratamento de filha especial e por sobrevivência dos outros filhos em Campo Grande
Saúde
Repórter Dhione Tito faz cirurgia no joelho e se diz confiante para correr atrás do boi de rodeio
Saúde
Professora de Campo Grande luta contra câncer em estágio avançado e precisa da sua ajuda

Mais Lidas

MEGA-SENA - Foto: Tânia Rego/ Agência BrasilSORTUDOS DE MS
Sortudos de MS faturam R$ 202,8 mil na quina da Mega-Sena; DEODÁPOLIS e mais 13 cidades na lista
FOTO: JD1FEMINICÍDIO EM MS
FEMINICÍDIO: Mulher morre ao ser atropelada várias vezes pelo namorado em MS
José Braga tinha 77 anos de idade - (Foto: Rede social)LUTO
Morre José Braga, ex-vereador em Dourados e Fátima do Sul
FEMINICÍDIO
Família se despede de Andressa em velório após ser atropelado por marido
ASSASSINATO
Mulher morta com 30 facadas desistiu de programa por achar assassino 'muito feio' em MS