Em 2009, foram nove mortes: três delas ocorridas entre os dias 27 e 28 de setembro nos municípios de Mafra, Augusto Vitória e Blumenau. As outras cinco ocorreram nos dias 8 e 9 de setembro - quatro em Guaraciaba, município no oeste do Estado que, na época, foi atingido por tornados; e uma em Araranguá, no litoral sul, durante uma tempestade.
Nos últimos dias, mais de 11 mil pessoas tiveram que sair de casa em Santa Catarina - 9.093 desalojados (acolhidos em casas de amigos e parentes) e 2.370 desabrigados (conduzidos a abrigos públicos) em 98 municípios. Aproximadamente 104 mil pessoas sofreram algum tipo de prejuízo no Estado, entre elas 17 ficaram feridas. O número de cidades em situação de emergência atualmente está em 70.
Quase um ano após o desastre, Herrmann avalia que o governo começou a priorizar o tema e a tratar a questão com mais atenção, mas que ainda "falta muito o que fazer". "O que aconteceu foi uma catástrofe. Era necessário reverter um pouco esse quadro e, por esta razão, algumas respostas apareceram. Mas o problema não está totalmente sanado."
"O gasto nessa área foi muito grande. Hoje já existe uma atuação constante em monitorar os fenômenos, orientar e prevenir a população. Os projetos estão aparecendo, inclusive mapeamentos dos locais de risco estão sendo feitos por universidades", afirma Herrmann.
Mais desastres
A maior enchente da história de Santa Catarina ocorreu em março de 1974, quando o nível do rio Tubarão, no sul do Estado, subiu mais de 10 metros e inundou o município de mesmo nome. Na época, 199 pessoas morreram e 65 mil ficaram desabrigadas.
Em julho de 1983, foi a vez do rio Itajaí-Açu subir mais de 15 metros, inundando 90 cidades, entre elas Blumenau, Itajaí e Rio do Sul. Ao todo, foram 49 mortes e 198 mil desabrigados.
No ano seguinte, uma nova tragédia, no mesmo cenário: o Itajaí-Açu sofreu uma cheia anormal e inundou várias cidades do vale do Itajaí. Em média, 40% das populações de Blumenau, Brusque, Gaspar e São João Baptista ficou desabrigada (70 mil) ou desalojada (155 mil).
O fenômeno meteorológico El Niño provocou, em fevereiro de 1987, enchentes em 15 municípios catarinenses, deixando dois mortos e 2.775 desabrigados. Em maio do mesmo ano, o fenômeno voltou a atuar, agora nas regiões serrana, norte e oeste, deixando cinco mortos e 3.356 desabrigados.
Em dezembro de 1995, foi a vez da Grande Florianópolis e do litoral sul do Estado sofrer com inundações e deslizamentos de terra. Ao todo, 27 municípios decretaram situação de emergência. O saldo: 40 mortes e 28.625 desabrigados. Araranguá, Forquilinha e Jacinto Machado foram as cidades mais atingidas.
Dois anos depois, o El Niño voltou a provocar estragos na região e causou inundações de grandes proporções nos meses de janeiro e outubro. Em janeiro, 35 municípios foram afetados, 14.267 pessoas ficaram desabrigadas e sete mortes foram registradas. Já em outubro, as cheias inundaram 37 cidades, deixando 8.777 desabrigados e dois mortos.
Em março de 2004, o ciclone tropical Catarina atingiu o litoral e o sul de Santa Catarina, além do nordeste do Rio Grande do Sul com ventos de até 150 km/h. Ao menos 40 municípios foram atingidos, 28 mil casas danificadas e 95 destruídas. Duas pessoas morreram, mais de 300 ficaram feridas e 23 mil foram desabrigadas ou desalojadas.
As demais mortes foram registradas em eventos isolados ao longo dos últimos 35 anos.
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