O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, fez um apelo à candidatura própria ao governo do Estado pelo bloco formado por seu partido, mais o PV e o PCdoB. Acha que o atual governador, André Puccinelli (PMDB) e o ex-governador Zeca do PT nada mais têm a oferecer e o nome do bloco seria a novidade que falta no caldeirão político do Estado.
Roberto Jefferson reuniu a imprensa para entrevista no hotel Jandaia, em Campo Grande. Estiveram no local o vereador Marcelo Bluma, do PV, o presidente do PCdoB, Moacir de Abreu e Mariano Cabreira, que era do PT e se filiou recentemente ao PCdoB.
Dos nomes citados por Roberto Jefferson como alternativa ao governo do Estado, o que mais se desponta é do pecuarista Zelito Ribeiro, de Aquidauana, exatamente o candidato a vice que o ex-governador Zeca tem sondado. Também foram ventilados os nomes do empresário Antonio João Hugo Rodrigues, sua esposa Márcia e do empresário Sinval Martins.
Além de articular um nome para disputar o governo do Estado, Roberto Jefferson também sugeriu candidatura ao Senado pelo bloco. O petebista Waldenir Machado, ex-deputado estadual por Dourados, é uma das opções.
Aliança com o PT ou o PMDB é difícil de acontecer, e Roberto Jefferson explica por quais motivos. Segundo ele, o governador é “uma pessoa que impõe”, tornando complicada uma negociação. Já a rejeição a Zeca tem razões econômicas. O ex-governador teria dificuldade de conseguir financiamento para campanha. “Nenhum empresário vai querer ajudar o Zeca por medo de André. Ele terá que fazer caixa dois”, ponderou.
O ex-governador também não poderia contar com apoio da cúpula nacional do partido, que prefere a neutralidade no Estado para não se indispor com o governador André Puccinelli, do aliado PMDB, raciocinou Roberto Jefferson. Por esses motivos ele acha inviável uma aliança do bloco com o PT.
Santa Marina
Na esfera nacional o PTB ainda não se definiu, mas Roberto Jefferson sinalizou que prefere apoiar a senadora Marina Silva, do PV. Pivô do pior escândalo de corrupção da República, que o levou à cassação e derrubou o homem forte do primeiro governo Lula, o ex-ministro e também deputado cassado José Dirceu, Roberto Jefferson vê em Marina Silva uma “figura monástica” que daria a resposta ansiada pelo eleitor contra os corruptos.
“Aquele físico flagelado tem uma alma robusta, representa o povo que padece e não quer mais corrupção”, disse o petebista, que vê em Marina “a ruptura” do que existe hoje na política. “Parece uma santa”, completou.
Coube ao vereador Marcelo Bluma explicar em que bases se firma o bloco formado por partidos com ideais e histórico tão distintos. Bluma não pensa assim, vê muitas semelhanças no PTB, no PV e no PCdoB. A começar pelo fato de que nenhum tem deputado. Assim fica mais fácil acomodar as pretensões políticas.
Por fim, o vereador costura elos entre o trabalhismo do PTB, o socialismo do PCdoB e a militância ecológica dos verdes, e percebe que as causas são parecidas. Vendo por esse ângulo, Bluma conclui que o bloco “não é uma sopa de letrinhas”.
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