Segundo analistas, apesar do pequeno declínio no preço do petróleo nesta sessão, ele permanece elevado e traz as preocupações sobre um possível desaquecimento global.
Após atingir recorde de 55,67 dólares o barril durante a negociação eletrônica pela manhã, o petróleo para dezembro em Nova York encerrou em queda de 0,63 dólar, negociado a 54,54 dólares o barril.
"O mercado entendeu que há os soluços e depois ele cai por ajuste, isso não muda a visão do mercado de que o petróelo está estressado", explicou Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prósper, no Rio de Janeiro.
A preocupação com o petróleo abateu o mercado acionário externo e o mercado de dívida, e o efeito dessa piora refletiu no mau humor do câmbio, disse o analista. Na maior cotação do dia, o dólar chegou a 2,890 reais.
O risco Brasil, medido pelo banco JP Morgan, superou 500 pontos-básicos acima dos títulos do Tesouro norte-americano na sessão --maior patamar desde setembro. A queda foi motivada pela maior procura por Treasuries devido às preocupações do impacto do petróleo nos mercados emergentes, disseram analistas.
"A alta do câmbio é reflexo do cenário internacional já que o cenário interno não é dos piores", concluiu Knauer, destacando também o declínio das bolsas de valores européias.
Para Tarcísio Rodrigues, gerente de câmbio do Banco Paulista, a desvalorização do real também demonstra as expectativas em torno da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, quando a taxa básica de juro subiu para 16,75 por cento.
"O dólar subiu muito em cima da expectativa da ata do Copom. O mercado está preocupado em ver até que ponto o Banco Central vai agir de forma independente", afirmou o analista.
O gerente destacou ainda que o volume mais equilibrado no fluxo de negócios permitiu que a divisa norte-americana sofresse mais pressão.
Reuters
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