A qualidade do crédito dos consumidores piorou no terceiro trimestre deste ano, apontou o Indicador Serasa Experian de Qualidade de Crédito do Consumidor. O índice, divulgado hoje, registrou queda de 0,8% no período, em relação ao trimestre imediatamente anterior, para 78,2 --o menor valor de toda a série histórica iniciada em 2007.
O indicador avalia em uma escala de 0 a 100 a qualidade de crédito do consumidor --quanto maior, melhor a qualidade de crédito, portanto menor é a probabilidade de inadimplência.
A queda na qualidade de crédito do consumidor verificada nos últimos dois trimestres se deve, segundo a Serasa, a dois fatores: os efeitos da crise financeira internacional sobre a situação patrimonial das famílias --especialmente no que diz respeito às condições do mercado do trabalho-- e crescimento mais rápido do endividamento que o da massa real de salários.
A Serasa destaca que a taxa de desemprego média deste ano até agosto ainda está acima da média verificada no ano passado --8,6% de janeiro a agosto de 2009 frente a 8,2% observada no mesmo período de 2008, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Sobre o endividamento, a Serasa explica que a massa nominal de salários cresceu apenas 3,9%, enquanto o saldo dos empréstimos bancários concedidos às pessoas físicas expandiu-se 12,6%, segundo dados do Banco Central. "No ano passado tal descompasso também se verificou com o crédito crescendo 25,1% contra 13,7% da massa de rendimentos", diz a empresa, em um comunicado.
Esse avanço do endividamento frente à massa de rendimentos "contribui para elevar o risco sistêmico de crédito devendo, inclusive, determinar, ao longo dos próximos meses, um arrefecimento no ritmo mensal de concessões reais de crédito às pessoas físicas", diz o comunicado.
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