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Primeira Vila Olímpica Indígena do país será inaugurada em Dourados

6 Mai 2011 - 09h56Por Da Redação / Assessoria

Dourados inaugura nesta segunda-feira, 9 de maio, a primeira Vila Olímpica Indígena do Brasil. A solenidade de inauguração contará com a presença do Ministro dos Esportes, Orlando Silva, do governador André Puccinelli, e do prefeito da cidade, Murilo Zauith, além do deputado federal Geraldo Resende e do ex-deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ), autores de emendas parlamentares que garantiram recursos para a obra.

Lideranças indígenas e de movimentos sociais também participam da inauguração. A cerimônia será realizada a partir das 11h30 na Reserva Indígena, entre as aldeias Bororó e Jaguapiru.

Em Dourados se concentra o maior contingente populacional indígena do país por município. São aproximadamente 12 indígenas das etnias Guarani Kaiowa, Guarani Nhadeva e Terena. Mato Grosso do Sul abriga a segunda maior população indígena do Brasil, com 68.963 indivíduos.

Durante a visita a Dourados, o ministro do Esporte, Orlando Silva, deve conhecer a área onde será construída a Praça da Juventude, obra que oferecerá espaço de lazer, prática esportiva e convivência comunitária. No local também será realizadas atividades culturais e de inclusão digital.

À véspera da inauguração da Vila Olímpica, a Reserva Indígena de Dourados vive clima de expectativa e as lideranças indígenas destacam a felicidade nas aldeias, segundo o coordenador do Núcleo de Assuntos Indígenas, Fernando de Souza e Silva. “Além da oportunidade da prática de múltiplas atividades e de integração, a Vila Olímpica servirá de palco para grandes competições”, diz.

O complexo é dotado de uma quadra de esportes de estrutura metálica, campo de futebol, pista de atletismo, quadra de vôlei de areia, parque infantil, vestiários, banheiros adaptados e ainda um prédio administrativo. Por ser a única praça de esportes do gênero em todo Brasil, os indígenas acreditam que ela vai espelhar outros projetos, mas o que mais se destaca é o alcance social da obra no sentido de dar uma perspectiva de futuro melhor às comunidades indígenas.

As opções da prática esportiva e de lazer vão contribuir para a redução dos índices de violência na reserva, em razão do consumo de álcool e outras drogas. Espera-se também a redução dos índices de suicídios entre jovens, cuja causa principal é a falta de perspectiva de futuro.

“A obra se reveste de grande importância, não só pelo ineditismo, mas, fundamentalmente, pelo que ela significa no aspecto social e por tudo que representa no esforço que se empreende no sentido de superar problemas e promover a integração dos povos indígenas”, observa o deputado federal Geraldo Resende. É dele a ideia da Vila Olímpica e a obra foi proposta ao final dos trabalhos da Comissão Externa da Câmara que investigou as causas da desnutrição nas aldeias.

“Estamos convencidos de que a primeira Vila Olímpica Indígena do Brasil será fundamental para derrubar números inquietantes dos problemas gerados pela violência e proporcionar uma vida melhor nas aldeias, valorizando a prática do esporte e integrando as diversas etnias em competições esportivas e atividades de lozer”.

Os indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó estão ansiosos em usufruir da Vila Olímpica. Entre eles, já se combina competições. A alegria pela obra é compartilhada desde já por todos na Reserva de Dourados, pois veem na Primeira Vila Olímpica Indígena a perspectiva desse espaço vir a ser o palco principal dos Jogos Indígenas de Mato Grosso do Sul, que são realizados há 12 anos no Estado.

São várias modalidades de jogos como arco e flecha, lança nativa, futebol, vôlei, corridas, cabo de guerra, entre outros. A Vila Olímpica possui espaços para a prática de todos esses esportes.

O indígena Laucídio Ribeiro Flores, formado em Educação Física, professor e atleta nota que a implantação da Vila Olímpica na reserva servirá de incentivo aos jovens que também buscam qualificação e aprimoramento no atletismo. “O esporte aqui está cada vez melhor, mas notamos que as drogas também estão crescendo, quem sabe com o esporte essa realidade possa mudar? Apesar dessa corrente do mal, quem sabe nossa aldeia possa sediar os Jogos Indígenas? Isso será inédito para nós!”.

“Aqui na nossa aldeia a lança não serve mais para a caça e para a pesca. Há 11 anos nós trouxemos à nossa aldeia jogos típicos indígenas, como o arco e flecha, cabo de força, a pesca e a lança nativa, pois nós enquanto indígenas não podemos perder nossas raízes” comenta Flores.

Seu irmão mais jovem, Rocleiton Ribeiro Flores também é atleta e já conquistou vários títulos. Ele está muito feliz em ter um local adequado para jogar com os seus amigos e pretende ganhar muitos campeonatos em Dourados. “É muito bom termos a Vila Olímpica aqui, porque vão acontecer muitos jogos na nossa aldeia, terão muitos eventos bons e é onde a gente pode se destacar. Todo atleta tem o sonho de poder ser campeão um dia e estou confiante em Deus que um dia a gente possa ganhar”.

“Com certeza vai nos ajudar a diminuir a ociosidade principalmente dos jovens que atualmente não têm outra alternativa e acabam deixando se levar para o mundo das drogas. O investimento da obra da Vila Olímpica vai trazer a oportunidade de que o esporte e a cultura seja difundida neste local” afirma o indígena Wilson Matos da Silva, que é advogado e coordenador Regional do Observatório de Direitos Indígenas de Mato Grosso do Sul.

“Aqui na nossa aldeia nós sofremos muito com as drogas, o álcool e a violência e eu creio que uma das formas para fazermos algo pelos nossos jovens é o esporte. Com certeza essa vila vai ser de suma importância para nós indígenas”, diz Laucidio Ribeiro Flores.

“Ter a primeira Vila Olímpica do Brasil representa muito para nós. Vamos utilizá-la para esporte, cultura e lazer. Ela será muito bem vinda aqui”, diz Fernando de Souza e Silva.

“Eu garanto que no primeiro campeonato que tiver eu vou buscar o titulo para Dourados”, afirma Rocleiton Ribeiro.

“Nós nos sentimos honrados pelo privilégio de termos sido contemplados com um projeto desse tamanho que sem duvida nenhuma vai fazer a diferença para as crianças, jovens e para toda comunidade indígena de Dourados”, afirma Wilson Matos da Silva.

Para o deputado Geraldo Resende, não há dúvida que o esporte é um fator determinante para minimizar problemas de ordem social. “Este projeto surge como uma alternativa real no combate ao uso de drogas, à violência, ao alcoolismo e à prostituição, que muitas vezes são conseqüência do ócio, da falta de oportunidades, de opções de lazer e esporte”. Problemas

Relatório Técnico elaborado pelo Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul, da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, aponta que ainda em 2010 os aproximadamente 13 mil índios que vivem na reserva de Dourados, em pouco mais de 3,5 mil hectares, eram alvos de uma situação complexa, por causa dos níveis de violência. “A busca de ações articuladas entre os governos federal, estadual e do município visa justamente mudar a situação de risco para um quadro de estabilidade e de avanços, que esperamos seja em um futuro não muito distante”.

Atualmente, em Mato Grosso do Sul, os quase 69 mil indígenas estão distribuídos em 75 aldeias localizadas em 29 municípios. Os principais problemas de violência ocorrem nas aldeias do Sul do Estado. De acordo com a Funai, são oito etnias: Guarani e Kaiowá, Terena, Kadwéu, Atikum, Ofaié, Kinikinaw e Guató.

São 45 aldeias que abrigam as etnias Guarani-Kaiowá, abrangendo 26 municípios e correspondendo a 43.746 indivíduos (64% da população), sendo estas etnias as que apresentam os maiores problemas de saúde mental. Conforme o último relatório, div

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