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Brasil

Preços baixos atraem brasileiros às universidades de Portugal

15 Mar 2011 - 14h48Por Terra

Diversos brasileiros estão indo a Portugal para estudar em universidades do país, principalmente devido aos preços das mensalidades e acomodação, em geral mais baratos do que nas instituições privadas do Brasil.

"No Brasil, pelos quatro anos do curso, morando em uma república, eu iria gastar perto de R$ 40 mil. Aqui em Portugal, o curso vai sair por 3 mil euros (cerca de R$ 6,9 mil), e o que eu pago para me manter é muito menos do que pagaria lá", diz Thiago Mourão, natural de Campo Mourão (PR), que deixou o curso de jornalismo do Ceumar, em Maringá, para estudar na Universidade Nova de Lisboa, onde está no segundo ano.

"Como eu tenho o estatuto de igualdade de direitos entre portugueses e brasileiros, consegui uma bolsa de 180 euros por mês, um lugar numa residência universitária, onde pago 80 euros por mês, e as refeições na cantina da universidade saem por 2,50 euros. Os livros aqui são mais baratos e eu gasto ao todo 450 euros (R$ 1.050) por mês".

Para a cearense Elisianne Campos de Melo Soares, que faz mestrado em Cultura e Comunicação na Universidade de Lisboa, a decisão de ir para Portugal também foi tomada na ponta do lápis.

"Havia um mestrado que me interessava na Universidade Federal da Bahia, mas seria mais caro. Era mais de R$ 1,5 mil por mês. Aqui em Lisboa, eu pago 1,2 mil euros (R$ 2.750) por ano".

Em Portugal desde setembro, o objetivo da brasileira é, depois de terminar o mestrado, fazer o doutorado em Portugal.

Sem portugueses

Na mais tradicional faculdade de direito de Portugal, a da Universidade de Lisboa, o advogado Emanuel Anderson Martins, que veio de Curitiba, vive uma situação peculiar: ele não tem colegas portugueses.

"Há dois mestrados na faculdade, o científico e o profissionalizante, e os portugueses só querem o profissionalizante. No curso de Ciência Política, do mestrado científico, só há brasileiros na classe", diz.

Thiago estuda Jornalismo na Universidade Nova de Lisboa

Martins é advogado trabalhista, com um escritório na capital paranaense. Ele afirma que um dos problemas no Brasil é o número pequeno de vagas em relação à demanda, além das linhas de pesquisa pouco diversificadas.

"Se formos para uma faculdade de qualidade, como a PUC de São Paulo ou o Mackenzie, a mensalidade mais barata fica entre R$ 2,5 mil e R$ 2,8 mil, o que daria mais de R$ 40 mil pelo curso. Em Portugal, há excelentes universidades e o país é uma referência para o desenvolvimento do direito brasileiro. Pelo curso inteiro vou pagar 3,5 mil euros, o que dá perto de R$ 8 mil".

Dificuldades

A professora cearense Lídia Maropo, que fez o doutorado em Portugal e dá aulas de Teoria da Comunicação em faculdades portuguesas, diz que muitos brasileiros vão ao país europeu despreparados.

"Aqui em Portugal, uma boa parte da bibliografia é em inglês. Muitos brasileiros que chegam não falam nem leem em inglês. Eles ficam perdidos nas aulas", afirma.

"Há alunos bons e outros despreparados, com uma desinformação muito grande, que não teriam condições de fazer mestrado no Brasil".

Entre as vantagens que Lídia aponta em Portugal, está a possibilidade de ter contato com a bibliografia mais recente. "Eu recebi uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia, de Portugal, e tinha uma verba para a compra de livros. No Brasil, comprar livros de fora é muito caro".

Na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, cujo MBA é considerado um das melhores da Europa, o número de brasileiros é menor.

"Temos critérios extremamente seletivos, queremos sinalizar a qualidade", diz o diretor para Assuntos Internacionais, Amaro de Matos, que estudou na USP e na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Segundo Matos, metade dos alunos de mestrado da faculdade são estrangeiros, mas apenas 7,5% vêm do Brasil.

"Fazemos parte da rede CEMS, na qual só entra a melhor escola de administração do país. Atraímos não só brasileiros, mas alunos da Europa Oriental, e até da Ásia". Uma das características do MBA da Nova é que o curso é dado todo em inglês.

Em relação às outras escolas da rede, Matos indica o custo para o aluno como uma grande vantagem. "Nas licenciaturas cobramos 900 euros por ano (R$ 2,1 mil) e nos mestrados 2,2 mil euros por semestre (R$ 5,1 mil)", afirma.

Financeiramente, esta pode ser uma das mais baratas da rede. "Na escola da Dinamarca, os alunos da União Europeia pagam zero, mas os de fora pagam o custo real que é de 15 mil euros por ano. Nós cobramos o mesmo de todos os alunos, seja holandês, dinamarquês, português ou brasileiro".
 

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