Paludo frisa que hoje o preço médio do litro de álcool está em R$ 1,77 e com o aumento, deverá custar, em média, R$ 1,83 a R$ 1,84, ou seja, um repasse linear dos R$ 0,05 pagos às distribuidoras. O diretor frisa que mesmo com a alta, ainda está valendo a pena abastecer com álcool, embora a margem esteja mais estreita em relação à gasolina.
Ele lamenta que o álcool tenha retomado os aumentos nos preços, porque as vendas começavam a dar bons sinais de recuperação. Paludo mostra que o fechamento das vendas do mês de junho – em relação aos meses anteriores, que apresentaram queda acentuada – apontou recuperação de 30%. Mesmo já comprando com preços mais elevados, ele acredita que os proprietários de postos comecem a repassar o aumento somente na metade da semana que vem, e justifica: "ninguém vai querer começar a semana com reajustes".
A cotação do álcool, feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea – aponta que o menor preço do litro de álcool combustível hidratado, sem impostos, foi em 19 de maio: R$ 0,83801. A partir daquela data, toda sexta-feira houve recuperação de R$ 0,01 a R$ 0,02. A última cotação, publicada nesta semana, mostra que o litro de álcool está em R$ 0,89631, ou seja, um aumento acumulado de R$ 0,06 em litro.
O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de MS – Sindálcool, José Pessoa de Queiroz Bisneto, ressalta que os comentários acusando as exportações pela elevação do preço interno do produto não procedem e o problema está em outro ponto. Ele explica que o Governo federal deveria obrigar as distribuidoras a fazer contratos que se renovam a cada ano, também para a distribuição de álcool, assim como faz com a gasolina e o diesel. "É tão simples", comenta.
José Pessoa mostra que, desta maneira, o fantasma do desabastecimento vai desaparecer, porque, com a obrigação contratual de entrega do álcool, o mercado fica estável e tranquilo. Ele exemplifica com a produção de cana do ano passado, que aumentou a oferta de álcool e, mesmo assim, as notícias sobre desabastecimento eram contínuas. Ao mesmo tempo, a produção de açúcar foi bem inferior a 2004 e, segundo José Pessoa, ninguém comentou que haveria desabastecimento."Sabe por quê? É que para o açúcar existe o contrato anual garantindo a distribuição do produto, só isso".
Já em relação aos reajustes do álcool hidratado nas usinas, segundo apontam as cotações, ele justifica que é justamente por não existir um contrato – e por conta disso, existe um "descompromisso" das distribuidoras em relação ao abastecimento do mercado interno.
Correio do Estado
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