Menu
quinta, 25 de abril de 2024
Busca
Busca
Brasil

Petrobras vai investir R$ 37 milhões no projeto Jovem

4 Ago 2004 - 16h37
O ministério do Trabalho e a Petrobras assinam nesta terça-feira protocolo de intenções para a implantação do Projeto Jovem Aprendiz em todas as unidades do Sistema Petrobras. Serão investidos aproximadamente R$ 37 milhões no projeto, visando qualificar e incluir no mercado de trabalho cerca de 18 mil jovens – entre 14 e 18 anos - em um prazo de três anos.

O Jovem Aprendiz prevê ainda a criação de vagas em projetos sociais apoiados pela Petrobras em todo o país. A empresa também vai desenvolver um programa nacional de mobilização e capacitação de empresas e instituições da sociedade civil para a implantação e disseminação da Lei 10.097/00, que regulamenta a inclusão de adolescentes no mercado de trabalho. O programa inclui a produção de vídeos, material didático pedagógico para capacitação dos jovens aprendizes e de coordenadores locais, promoção de seminários, campanha de mobilização nacional e apoio à criação do Fórum do Jovem Aprendiz, constituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Em entrevista ao programa NBr Manhã, da TV a cabo da Radiobras, o secretário-executivo do ministério do Trabalho e Emprego, Alencar Ferreira, falou sobre o assunto. A seguir, a íntegra da entrevista:

PERGUNTA: Como vai funcionar na prática esse Programa Jovem Aprendiz? Ele faz parte do Programa Primeiro Emprego ou não tem nenhuma ligação?

ALENCAR FERREIRA: Tem a ver porque é a inserção do jovem no mundo do trabalho, mas a legislação do Jovem Aprendiz é uma legislação de dezembro de 2000 e até hoje careceu de regulamentação. O que nós estamos fazendo é procurando as empresas, primeiro as empresas públicas, a Petrobras, e também estamos em contato com a Caixa e também o Banco do Brasil, sistema Eletrobras, para implantar essa legislação, efetivamente, para que essas empresas contratem esse jovens aprendizes. São Jovens de 14 a 18 anos incompletos, eles precisam estar na escola e vão ter também oportunidade de frequentar aulas de qualificação profissional.

PERGUNTA: Mas como é esses jovens podem realmente chegar até essas vagas? É procurar o Sine, procurar direto a empresa que está oferecendo vaga?

ALENCAR FERREIRA: Na verdade, infelizmente, apesar da legislação ser bastante virtuosa, nós não temos uma disseminação dessa legislação no país, quer dizer, as empresas ou desconhecem ou não têm interesse de participar. E a legislação determina que de 5% a 15% do seu efetivo seja de jovens aprendizes. Nós precisamos regulamentar essa legislação, nós estamos iniciando agora o contato com as entidades empresariais, com as entidades da sociedade civil para buscar uma regulamentação dessa legislação. Nós estamos procurando, como eu disse, as empresas públicas para efetivar a contratação dos convênios para a admissão desses jovens, para a inserção desses jovens e eu acredito que esse processo vai ser bastante virtuoso. Nossa perspectiva é de termos um potencial de emprego jovem, com esse parâmetro, de cerca de 700 mil jovens em nível nacional.

PERGUNTA: Mas, por exemplo, para essas vagas agora, essas primeiras, essas 18 mil na Petrobras, qual é caminho para o jovem que se interessa, como é que busca?

ALENCAR FERREIRA: Ele pode buscar os Sines, pode buscar informações também nas delegacias regionais do Trabalho e as empresas devem também estar desenvolvendo programas de divulgação dessas contratações. Nós temos um gargalo e essa também é uma questão que nós estamos procurando desenvolver, que é na questão da qualificação. Hoje nós não temos uma estrutura voltada parta a qualificação desse jovem que atenda a demanda potencial de contratação. Eu falei 700 mil jovens nessa faixa de 14 a 18 anos incompletos, ou seja, precisamos discutir com as fundações, com as entidades da sociedade civil que dêem esse tipo de qualificação para o jovem. Esse é um gargalo. É uma coisa que precisamos resolver ainda.

PERGUNTA: No caso do Programa Primeiro Emprego as contratações, pelo menos no primeiro momento, ficaram aquém daquilo que o governo esperava. E no caso do Jovem Aprendiz no primeiro momento vão ser empresas públicas, mas quando as empresas privadas entrarem como o governo pretende atuar para que esse número de contratações não fique abaixo do esperado?

ALENCAR FERREIRA: Em primeiro lugar, o Programa Jovem Aprendiz é uma determinação, é uma legislação que determina que as empresas, dependendo do seu porte, têm que contratar de 5% a 15% de jovens aprendizes. O que não há é essa regulamentação e uma estrutura de qualificação, como lhe disse. A gente pretende desenvolver isso ainda este ano, negociando com as empresas, com a sociedade civil para resolver essa questão. E a questão do Primeiro Emprego nós temos diversos módulos dentro do Primeiro Emprego. Um dos módulos mais conhecidos e que a mídia acompanha um pouco mais é o módulo de subvenção. Esse sim, nós tivemos alguns problemas, alguns problemas de estrutura que nós procuramos resolver, uma medida provisória que já foi aprovada na Câmara e se encontra atualmente sob apreciação do Senado Federal, nós estamos desenvolvendo, tem alguns problemas operacionais, nós estamos contratando um sistema tecnológico, um sistema de informática, que vai permitir que nós interiorizemos a capacitação de vagas e a inserção desses jovens pelos estados. Isso vai dar muito mais agilidade, flexibilidade e o programa vai estar muito mais próximo da juventude, das empresas que queiram contratar esses jovens.

PERGUNTA: A sua expectativa é que daqui para a frente esses dois programas sejam responsáveis pela inserção de um número bastante significativo de jovens no mercado?

ALENCAR FERREIRA: Com certeza. Hoje a questão da juventude é uma questão muito preocupante. Nós temos cerca de 34 milhões de jovens entre 16 e 24 anos. A metade desses jovens, fora da escola. Um milhão e duzentos mil jovens analfabetos. Nós temos a violência, quer dizer, pelos dados do IBGE em 2002 ocorreram 30 mil homicídios no país, 57% de jovens. A questão das drogas, da gravidez precoce - 22% dos nascidos vivos em 2002 são de jovens mães. Então é problema bastante sério a questão da juventude. Todos aqueles que pretendem construir um novo projeto de Nação, construir uma alternativa para os 180 milhões de brasileiros tem que passar pela juventude. O governo Lula de uma forma inédita ele coloca essa discussão da juventude como estrutura do estado. É a primeira vez que isso acontece. Nós criamos uma diretoria de participação de políticas públicas para a juventude no Ministério do Trabalho. É a primeira vez que ocorre, não é um programa emergencial o Programa Primeiro Emprego, quer dizer não adianta ficar cobrando resultados, resultados, resultados. Na verdade é uma política pública perene do Estado brasileiro.

PERGUNTA: Secretário, ao determinar que uma porcentagem dos empregados da empresa deve ter essa faixa etária não se corre o risco de diminuir a oferta de vagas para as pessoas que estão além dessa idade, para as pessoas mais velhas?

ALENCAR FERREIRA: Na verdade isso é um dilema. Há muitos economistas e há muitas pessoas que afirmam essa questão. Na verdade, o que precisa é ocorrer um processo de dinamização da economia. Nós já estamos enxergando a economia crescendo, pelos dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego, que é um registro administrativo que as empresas devem fazer ao Ministério do Trabalho, foram criados líquidos um milhão e 32 mil empregos no primeiro semestre deste ano de 2004. Ou seja, nós temos uma perspectiva bastante clara, são dados bastante consistentes de retomada do crescimento e geração do emprego. Você dizer simplesmente: olha, vai gerar emprego para a juventude e vai desempregar o mais velho é não ter noção da política econômica como está funcionando. É jogar o pai contra o filho na questão do mercado de trabalho. Não é desejável que isso aconteça. O que nós dizemos é o seguinte: olha, o processo econômico precisa crescer, quer dizer, o PIB e a economia precisam crescer, gerar emprego, gerar renda. Isso vai facilitar com que as políticas específicas, positivas, e de inserção dos setores mais vulneráveis, da classe trabalhadora, dos trabalhadores, sejam inseridos no mercado do trabalho. A juventude é uma delas. É um dos setores mais vulneráveis que nós temos hoje no país.

 

Agência Brasil


Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

SEM ATENDIMENTO
Grávida que morreu sem atendimento 'vomitou sangue pelo nariz e boca'
VICENTINA - PROGRESSO
Prefeito Marquinhos do Dedé lidera avanço histórico rumo ao saneamento completo em Vicentina
Fátima Fest 2024
Agora é oficial Luan Santana divulga em sua agenda a data do show em Fátima do Sul no Fátima Fest
Ajude
Mãe luta por tratamento de filha especial e por sobrevivência dos outros filhos em Campo Grande
Saúde
Repórter Dhione Tito faz cirurgia no joelho e se diz confiante para correr atrás do boi de rodeio

Mais Lidas

FOTO: BLOG FAVO DE MELFÁTIMA DO SUL DE LUTO
Fátima do Sul com tristeza se despede do querido amigo Mirão, família informa sobre velório
DESPEDIDA
Morte precoce de mulher abala moradores de Mato Grosso do Sul
Entretenimento
Encontro Nacional de Violeiros do MS acontece neste fim de semana em Vicentina, veja a programação
FOTO: MÍDIA MAXFEMINICÍDIO EM MS
'Matei porque era prostituta': Homem deu 30 facadas em mulher e passou 3 dias com corpo em MS
Sidney Assis, de CoximTRAGÉDIA NAS ESTRADAS
TRAGÉDIA: Acidente mata mãe e filho