O PSDB levantará uma radiografia do quadro político em Mato Grosso do Sul por meio de pesquisa eleitoral na qual avaliará o desempenho de lideranças que pretendem concorrer no ano que vem. A pesquisa que começa em breve envolverá não só os interesses do PSDB, mas do BDR (Bloco Democrático Reformista) que os tucanos compõem junto com DEM e PPS.
O vice-governador Murilo Zauith do DEM, por exemplo, deverá aparecer na pesquisa como opção para o Senado e também para vice-governador. Na hipótese dele não alcançar intenções de votos suficientes para conquistar uma vaga ao Senado, o grupo deverá sugerir que ele continue como vice de André Puccinelli (PMDB), segundo uma fonte do PSDB.
Isso supondo-se que o governador mantenha a atual aliança com o bloco. O grupo ajudou na eleição de André e hoje dá sustentação política ao governo do PMDB.
A possibilidade de Murilo recuar do projeto de concorrer ao Senado e continuar na vaga de vice não é novidade no cenário político. Em 19 de novembro, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) já havia informado ao Midiamax que o vice-governador poderia repensar seu projeto político.
“Por hora, ele é candidato ao Senado, mas se for convidado, acho que deve avaliar a possibilidade de disputar o cargo de vice ao lado de André Puccinelli [PMDB] novamente. Murilo tem boa atuação como vice. Se for convidado, acho que ele faria este sacrifício”, avalia Zé Teixeira.
No ano que vem, estarão em disputa duas vagas ao Senado. O governador definiu que em sua chapa uma pertencerá ao PMDB e a outra será destinada a algum partido aliado.
Por enquanto, Murilo se define candidatíssimo ao Senado. Tem dito que trabalha por sua candidatura no interior do Estado e já contabiliza apoios importantes.
Ser senador é um antigo sonho do hoje vice-governador. Em 2006, ele chegou a postular a vaga, mas depois acabou recuando em favor de outra forte liderança do grupo de André Puccinelli, Marisa Serrano que foi eleita para a única vaga em disputa na época.
A disputa pelas duas vagas disponíveis no Senado no ano que vem já deu sinais de que será bastante acirrada. O senador Delcídio do Amaral (PT) que ocupa uma das vagas quer se reeleger.
Outro que já desencadeou uma pré-campanha intra-partidária é o deputado federal Waldemir Moka (PMDB). Porém, o PMDB vai decidir por meio de prévias marcadas para março de 2010 quem será o candidato do partido. Quem disputa a indicação com Moka é o senador Valter Pereira (PMDB).
Pesquisa
O PSDB, conforme fonte da legenda, pretende fazer uma pesquisa abrangente, conforme definiram lideranças da sigla em reunião na casa da senadora Marisa Serrano ontem. Serão testados nomes ao governo, senado, deputados federais e estaduais e ainda sondado o interesse da população local em relação à presidência da República.
Com os resultados, os tucanos de Mato Grosso do Sul sentarão à mesa com o governador André Puccinelli para tentar extrair um acordo político. Tal ultimato deve ocorrer em janeiro, assim que o PSDB tiver definido o nome do candidato a presidente do Brasil.
A ideia é contratar um instituto nacional para fazer o levantamento. Segundo consta, os tucanos não querem que tal atitude seja encarada como uma chantagem, mas diante da pressão da cúpula nacional, não resta ao partido outra atitude que não exigir uma definição do governador. Os dirigentes nacionais querem um palanque para o presidenciável do partido em Mato Grosso do Sul.
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Por isso, se em janeiro, o governador não sinalizar a aliança com o PSDB e o apoio ao projeto nacional do partido de forma clara, os tucanos vão lançar a senadora Marisa Serrano ao governo do Estado. Ela, em várias ocasiões, já disse que está disposta a concorrer.
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