O resultado da perícia da Polícia Federal feita nos documentos apresentados pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL) “demole o frágil mas alardeado álibi do senador, com o qual ele queria demonstrar ter recursos financeiros necessários para pagar suas despesas pessoais sem ter de recorrer aos préstimos de um lobista de empreiteira”. A informação é da revista Veja, edição do dia 22 de agosto.
A PF deve concluir a análise dos documentos somente na segunda-feira (20) e encaminhar os resultados da perícia ao Conselho de Ética do Senado na terça (21). Renan é acusado de ter usado recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
Ainda conforme a revista, a perícia concluiu que não há evidência de que os recursos para pagar a pensão alimentícia da filha do senador saíram das suas contas bancárias. Entre os papéis de defesa do senador, segundo a polícia, há notas fiscais frias, recibos falsos e comprovantes de transações com empresas fantasmas. A perícia era a única peça de convencimento que faltava para o conselho concluir o relatório final e pedir a cassação de Renan Calheiros por quebra de decoro parlamentar. A revista afirma que “não falta mais nada”.
O diretor do Instituto Nacional de Criminalística, Clênio Guimarães Belluco, teria dito, na semana passada, aos relatores do caso Renan, Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB), que há dúvidas até se o presidente do Congresso foi realmente dono do milionário rebanho bovino que diz ter vendido a frigoríficos que não existem, relatou a revista.
A Veja relata ainda que o senador Renan Calheiros estaria acuado pelo acúmulo de evidências irrefutáveis e teria autorizado seus aliados a negociar alternativas à cassação. “A exemplo dos negócios do senador, são todas saídas heterodoxas. Uma delas é tão estapafúrdia que poderia ser chamada de Operação Mafrial, em homenagem ao agora notório frigorífico alagoano, aquele das notas frias e dos bois de ouro. Envolveria um acordo entre governo e oposição, e, por seus termos, os parlamentares teriam de aprovar o relatório de Almeida Lima sugerindo apenas a suspensão do mandato de Renan por seis meses”. A intenção do senador seria manter seus direitos políticos.
“A segunda alternativa também envolveria uma aliança entre peemedebistas e a base governista. Eles fechariam questão sobre a absolvição do senador em plenário. Em troca, Renan se afastaria da presidência e apoiaria a eleição de um petista para o cargo”, relata Veja, que supõe ainda que os ministros Walfrido Mares Guia, das Relações Institucionais, e Tarso Genro, da Justiça, teriam dado sinal verde ao acordo quando consultados.
Mídia Max
Participe do nosso canal no WhatsApp
Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.
Participar