A chuva intensa ameaça novo recorde na safra de grãos em Mato Grosso do Sul, que poderia chegar a 10,042 milhões de toneladas neste ano. Nos últimos dias, produtores rurais contabilizam perda de 3% a 4% das lavouras de soja, que pode representar prejuízos de aproximadamente R$ 145 milhões. E se o tempo chuvoso continuar no carnaval, o setor prevê que até 20% da produção poderá apodrecer no campo por falta de condições para a colheita da oleaginosa.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja), Almir Dalpascoale, os agricultores estão em alerta máximo desde quinta-feira. “Se continuar chovendo amanhã (hoje), vamos acender o sinal vermelho, preto, e podemos perder tudo (que está pronto) para colher”, afirmou. Ele estima que cerca de 15% a 20% da soja está pronta para colher no Estado.
A situação é considerada dramática nos principais municípios produtores do Estado. Em Sidrolândia, segundo o presidente do Sindicato Rural, Osório Luiz Straliotto, 30% da soja está em condições de ser colhida. Ontem, ele estimou que metade já se perdeu. “50% já está germinando na vagem, que já abriu com a chuva e brotou com a umidade”, contou, alarmado após fazer uma vistoria com técnicos da Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).
“Nunca aconteceu nada nesta proporção”, lamentou o dirigente, que deve se reunir com o prefeito para pedir a decretação de estado de emergência. Straliotto contou que a situação se repete em toda a região. “Teve gente que viajou para Ponta Porã e viu a mesma situação”, contou, sobre a chuva constante nos últimos quatro dias no Estado.
O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli, afirmou que o risco de perder a soja na região é grande, mas ainda não constatou perda de parte da lavoura. “Se a chuva não der trégua, tem risco de perder”, afirmou.
Prejuízos
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previa novo recorde da safra de grãos neste ano em Mato Grosso do Sul, com a histórica marca de 10,042 milhões de toneladas. No entanto, a chuva em excesso ameaça os cultivos de milho e soja, que respondem por 94% da produção de grãos no Estado.
O órgão prevê a colheita de 5,687 milhões de toneladas de soja nesta safra. No entanto, somente com o atraso na colheita, Dalpascoale estima que a perda atinge de 3% a 4% da oleaginosa, o que significa perda de 170 mil a 227 mil toneladas de grãos. Só na comercialização das sacas não colhidas, que apodreceram no solo, o prejuízo ao produtor é de R$ 125 milhões a R$ 166,8 milhões. Se fosse comercializado com o exterior, o prejuízo somaria US$ 53 milhões.
E a situação poderá ficar pior se a perda atingir de 15% a 20% da soja em condições de colheita. A perda oscilaria entre 853 mil a 1,13 milhão de toneladas do grão. O atraso na colheita da soja compromete a segunda safra do milho, que responde por 92% da produção do grão no Estado (3,7 milhões de toneladas).
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