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Brasil

Papa assiste hoje shows com 35 mil jovens em SP

10 Mai 2007 - 08h17

O segundo dia da visita do Papa Bento 16 vai ser dedicado a uma série de eventos fechados e a apenas um compromisso público, o encontro com 35 mil jovens, à tarde, no Estádio do Pacaembu. No início da “parte reservada” de quinta-feira (10), o Papa vai rezar uma missa privada no Mosteiro de São Bento, às 7h (horário de Mato Grosso do Sul). Em seguida, vai partir para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governador de São Paulo, José Serra, no Palácio dos Bandeirantes, às 9h.

Depois da audiência com o presidente, o líder da Igreja Católica volta ao Mosteiro, onde vai se reunir, à tarde, com líderes de outras religiões, entre eles o rabino Henry Sobel, e almoçar com representantes da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Às 17h, no Estádio do Pacaembu, o segundo dia de visita vai ter a sua face pública. Uma multidão estimada em 35 mil jovens de 270 dioceses do país vai participar do evento “Jovem discípulo e missionário de Jesus Cristo”.

O acesso ao interior do estádio será feito com cartões magnéticos previamente distribuídos e a entrada será permitida entre 10 e 16h. Cerca de 300 mil pessoas devem acompanhar o evento em telões na Praça Charles Miller, em frente ao estádio. O momento mais importante do encontro para os católicos será a homilia do Papa, uma reflexão sobre um texto do Evangelho. Em encontros desse tipo, onde a homilia tem um papel central, o Papa tem a oportunidade de indicar suas visões para os rumos da Santa Sé.

Em abril de 2006, falando a jovens italianos na preparação de um evento semelhante, Bento 16 resumiu em uma frase como espera que a comunidade de fiéis se porte em um mundo dominado pelos males do “relativismo” e pelo “consumismo”. “Diante de uma cultura consumista que pretende impedir que vivamos segundo o desígnio do Criador, nós devemos ter a coragem de criar ilhas, oásis, e depois grandes terrenos de cultura católica, nos quais possamos viver o desígnio do Criador", afirmou então o Papa, que prefere uma Igreja menor, eventualmente isolada, mas coesa e mais homogênea.

No caso do encontro no Pacaembu, o papel do "jovem missionário" na América Latina figura entre os temas mais prováveis. Em linha semelhante dos "oásis" ao qual se referiu o Papa no evento com os jovens italianos, em 2006, espera-se que o Papa exalte o papel do chamados "novos movimentos da Igreja", formado por jovens leigos.

O encontro dos jovens com o Papa

Além dos 35 mil jovens que vão encontrar o Papa no Pacaembú, cerca de 300 mil pessoas são esperadas para acompanhar o evento em telões na Praça Charles Muller, em frente ao estádio. Segundo nota divulgada pelo responsável pela organização do evento, Dom Tomé Ferreira da Silva, os jovens representarão 204 dioceses brasileiras e também da Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Peru, Honduras, México. Pelo menos mil jovens estrangeiros são esperados no encontro.

O acesso ao interior do estádio será feito com cartões magnéticos e a entrada será permitida entre 10h e 16h. A partir das 14h será realizado um pré-evento, com momentos de oração, reflexão e apresentação de algumas bandas católicas. No encontro, Dom Odilo Pedro Scherer, novo arcebispo de São Paulo, deve fazer a saudação e a acolhida ao Papa e aos jovens. O jovem Rodrigo Mendes Rosa, estudante de engenharia da Universidade de São Paulo, dará as boas-vindas a Bento XVI em nome da juventude.

Na primeira parte do encontro, o meio ambiente do país será apresentado ao Papa com auxílio de músicas e imagens dos diferentes ecossistemas que formam o Brasil. Na segunda parte, cinco jovens apresentarão a realidade da juventude, destacando os temas: igreja, educação, trabalho, exclusão social e trabalho das ONGs.

Segundo Dom Tomé, a terceira parte do encontro terá apoio de música e dança, com a qual será mostrada a beleza e a riqueza da cultura brasileira. O momento mais importante para os católicos será a quarta parte, quando será lida uma passagem bíblica e, em seguida, o Papa fará uma homilia. O evento será concluído, por volta das 20h, com a apresentação de dois cantores católicos , que vão abrir o momento das preces e da bênção final.

Um grupo de 22 adolescentes de nove unidades da Fundação Casa, a antiga Febem, devem participar do encontro com o Papa Bento XVI, nesta quinta-feira, no estádio do Pacaembu durante a "celebração da palavra", na companhia de jovens do Brasil e de todo o mundo. Os responsáveis pelo atendimento religioso da instituição selecionaram jovens com base em critérios como comportamento.

Impasse

Quando se reunirem nesta quinta-feira em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o papa Bento 16 devem discutir os termos de um acordo que vem ocupando há meses os serviços diplomáticos do Brasil e do Vaticano. Há poucas informações sobre os exatos termos do acordo, mas a BBC Brasil apurou que a Igreja Católica quer formalizar em um documento legal próprio direitos e privilégios.

Entre os temas do documento estão a liberdade de culto, a preservação de igrejas, isenções fiscais, concessão de vistos para missionários e o ensino de religião nas escolas. O Itamaraty vem resistindo aos pedidos da Igreja e prefere remeter os temas para a legislação brasileira já em vigor.

“A assinatura, segundo o desejo do Vaticano, deveria acontecer durante a viagem do papa ao Brasil, mas ela acabou sendo adiada para o final do ano, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá vir em visita oficial”, informou um funcionário da Embaixada do Brasil junto à Santa Sé.

Proposta

Uma proposta de acordo foi enviada pela Santa Sé ao Itamaraty em dezembro do ano passado. O texto foi submetido ao exame de um grupo de especialistas de vários ministérios, coordenado pela Casa Civil, que elaborou um novo texto, retornando ao Vaticano.

O próprio cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, que deve participar do encontro entre Lula e o papa, fez referência ao acordo antes de viajar para o Brasil, ressaltando a importância do documento para a Igreja.

“Estamos elaborando uma espécie de acordo global e fundamental, que todos desejam para poder orientar Igreja e Estado, Igreja e comunidade política, naquela que o Concílio (Vaticano 2°) define como uma colaboração para o bem de cada pessoa e a solução de problemas atuais”, disse o cardeal em entrevista à radio Vaticana.

“Não se trata de leis novas, mas de consolidar a legislação já existente”, disse à BBC Brasil um diplomata brasileiro. “É apenas um acordo quadro internacional, que não oferece privilégios como a concordata.”

O acordo teria caráter de tratado internacional, porque o papa, alem de líder religioso, é também chefe do Estado da Cidade do Vaticano, uma condição especial que concede aos católicos vantagens que outras religiões não têm.

Fabio Pozzebom/ABr

Graças a esta condição, o Vaticano faz parte da comunidade internacional e pode reivindicar uma “personalidade jurídica” para a Igreja Católica. Apesar de ser o país com o maior número de católicos no mundo, o Brasil ainda não tem um acordo específico com o Estado do Vaticano, que foi um dos primeiros a reconhecer a independência do país.

Nos acordos que assina com os países com os quais tem relações diplomáticas, a Santa Sé dá prioridade para o ensino da religião católica nas escolas, isenção de impostos, validade de casamento religioso como civil e reconhecimento jurídico de entidades e do patrimônio da Igreja.

 

 

Agências Nacionais

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