O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), apresentado nesta quinta-feira (15) pelo ministro Fernando Haddad a educadores, prioriza investimento e ações no ensino básico. Entre as medidas estão a criação de um índice para avaliar a qualidade de ensino nos estados e municípios, o estabelecimento de um piso salarial de R$ 800 para professores em todo o país e o aumento do prazo de pagamento do financiamento estudantil.
Os educadores devem mandar críticas ao ministério por e-mail para que sejam feitas possíveis modificações no plano. O ministro acredita que algumas das medidas poderão ser implementadas a partir de abril.
Para Haddad, a melhoria dos outros níveis de ensino depende da educação básica. Por isso o governo quer criar um índice para avaliar a qualidade do ensino. Desta forma, o repasse de recursos federais para estados e municípios ficará condicionado ao bom desempenho nessa avaliação.
"A nossa intenção inicial é atender os mil municípios que estão em situação mais dramática. O indicador está muito baixo e é até injustificável deixar as crianças na situação em que se encontram", disse Haddad.
"Piores do mundo"
Outra prioridade é a alfabetização. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu no discurso que fez na abertura da reunião com os educadores que a política para esse setor foi insuficiente no primeiro mandato. Ele afirmou que o sistema educacional brasileiro está "entre os piores do mundo". Leia mais aqui.
Por isso, o governo buscará acompanhar a alfabetização através da chamada “Provinha Brasil”. Ela será aplicada em alunos de seis a oito anos.
“Nós temos que garantir que as crianças, no máximo até oito anos, estejam todas alfabetizadas e que a partir dos dez anos tenham adquirido competências e habilidades próprias da idade. Isso é possível, há sistemas que comprovam que isso é uma possibilidade e precisamos disseminar as boas práticas no pais”, disse o ministro da Educação.
Além disso, o governo planeja pagar um benefício extra do Bolsa Família para jovens de 15 a 17 anos tendo como contrapartida a freqüência na escola. “A bolsa vai ser oferecida para o jovem de famílias situadas abaixo da linha de pobreza voltar à escola”, explicou o ministro.
Financiamento estudantil
A proposta para o ensino superior é elevar para até dez anos o pagamento do financiamento estudantil e garantir até 100% da bolsa. O pagamento do empréstimo ficaria consignado em folha de pagamento a partir do primeiro emprego do jovem. Para o ensino médio, o governo quer implementar novos centros de educação profissional.
Combinado com as medidas destinadas ao estudante, o governo vai propor um piso salarial dos professores de R$ 800 em todo o país. O ministro reconheceu que a implementação do plano é difícil e projeta para um horizonte de até dez anos a coleta dos resultados.
“A implementação desse plano não vai ser fácil. Provavelmente nos próximos anos o Brasil vai ainda ficar em lugares baixos em relação aos resultados da Prova Brasil, às comparações internacionais. O resultado disso só vai se ver em cinco, dez anos porque a educação não é uma questão de alguns meses”, afirmou Haddad.
G1
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