O Brasil é o 46º em um ranking de 50 países que identifica a quantidade de parlamentares de grupos de minoria no Congresso. A lista foi divulgada nesta terça-feira pela ONG Minority Rights Group International (MRG), baseada em Londres, que defende direitos das minorias.
Segundo o MRG, 13,2% dos brasileiros pertencem a grupos de minoria. No Congresso, no entanto, estas minorias estão representadas com 3,9% dos assentos. O ranking coloca o Brasil na frente apenas de Espanha, Letônia, Estônia e Montenegro no grau de representatividade de minorias no Parlamento. A lista é liderada pela África do Sul, Namíbia, Tanzânia, Bélgica e Bósnia.
O MRG afirma que a participação de minorias no Legislativo e no Executivo é importante para combater as desigualdades e destaca que essa participação aumentou no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Depois das eleições de 2002, pela primeira vez na história, o Brasil nomeou quatro afro-brasileiros para ministérios nacionais, dos quais três eram mulheres", diz o relatório divulgado pela ONG, intitulado Estado das Minorias do Mundo em 2007.
Tortura
O relatório afirma que 78% dos brasileiros descendentes de africanos vivem abaixo da linha da pobreza, enquanto entre os brancos o percentual é de 40%. O texto também diz que os negros são as maiores vítimas de tortura nas prisões brasileiras. "O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrou que as pessoas de cor no Brasil têm cinco vezes mais chances de serem mortas pela polícia do que os brancos", afirma o relatório. O documento do MRG também diz que negros recebem penas maiores no Brasil do que brancos pelos mesmos crimes.
Somália e Iraque
O MRG também divulgou a lista dos países mais perigosos para populações de minoria. O ranking é liderado pela Somália, onde vivem ameaçados os clãs Darood, Hawiye, Issaq, entre outros.
O Iraque, cuja ocupação por forças de coalizão liderada pelos Estados Unidos completou quatro anos nesta segunda-feira, é o segundo país mais perigoso para minorias, de acordo com a entidade. "A situação no Iraque continua se deteriorando", afirma o relatório da MRG, citando mais de três mil mortes de civis, a maior parte no segundo semestre de 2006.
Abaixo da Somália e do Iraque, estão na lista o Sudão (onde há perseguição dos grupos étnicos fur, zaghawa e massalit), Afeganistão (hazara e patane) e Mianmar (kachin e karenni).
O Brasil não faz parte deste ranking, que inclui 70 países. Os latino-americanos que aparecem na lista são Haiti (15º), Colômbia (27º), Bolívia (55º), Guatemala (56º), Cuba (58º), Equador (59º), Nicarágua (61º) e Venezuela (63º).
BBC Brasil
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