“A política de quem é e quem não é permitido entrar neste país, e em que condições, sempre foi controversa. E isso continua sendo verdade hoje”, disse o presidente, em discurso na American University, em Washington. “O sistema está falido. E todo mundo sabe disso. Infelizmente, a reforma tem sido refém de posturas políticas e disputas de interesse especial e ao sentimento difuso em Washington.”
Segundo Obama, o descompasso na condução da política migratória nos Estados Unidos provocou o atual quadro com “11 milhões de imigrantes indocumentados” no país. “A esmagadora maioria destes homens e mulheres simplesmente procuram uma vida melhor para si e seus filhos”.
De acordo com o presidente, os imigrantes ilegais, em geral, têm um perfil comum. “Muitos se estabelecem em setores de baixos salários da economia, trabalham duro, poupam e ficam fora [de eventuais benefícios]. Mas porque eles vivem nas sombras, são vulneráveis a empresas sem escrúpulos”, disse.
Obama afirmou que é “tarefa” de todos “moldar” um sistema de imigração que “reflita nossos valores como uma nação de leis e uma nação de imigrantes”. Ele ressaltou que, no entanto, é fundamental que os imigrantes, uma vez legalizados, também cumpram com as responsabilidades.
“Temos de exigir responsabilidade das pessoas que vivem aqui ilegalmente. Eles [os imigrantes legalizados] devem ser obrigados a admitir que eles quebraram a lei [quando eram ilegais]. Eles devem ser obrigados a registrar, pagar impostos, pagar uma multa e aprender inglês. Eles devem acertar com a lei antes que possam entrar na fila e ganhar sua cidadania”, disse o presidente. “Podemos criar um caminho para o status legal que é justo e reflete nossos valores e obras.”
O presidente norte-americano reconheceu que é necessário mudar também o esquema de segurança nas fronteiras dos Estados Unidos. Ele admitiu que há falhas na estrutura atual. “Hoje temos mais botas no chão, perto da fronteira sudoeste, do que houve em qualquer outro momento da nossa história.”
Para Obama, a polêmica no estado do Arizona – que, em abril, autorizou que policiais abordem suspeitos e os investiguem – foi resultado da ausência de uma política nacional eficiente para os imigrantes. Obama criticou a medida e considerou-a divisionista. “É mal concebida”, afirmou.
Ele rechaçou a possibilidade de promover um programa de deportação em massa. “Assim, mesmo se fosse possível, um programa de deportação em massa perturbaria a economia e as comunidades de tal forma que isso seria intolerável para a maioria dos norte-americanos”, disse.
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