No Brasil, onde uma mulher acaba de assumir a Presidência da República, apenas 5 das 100 maiores companhias em receita com vendas têm mulheres na presidência.
O levantamento foi feito pela Folha a partir do ranking "Melhores & Maiores" da revista "Exame" (veja quadro). O número é baixo, mas o cenário era ainda menos favorável às mulheres em 2009, quando não havia nenhuma presidente nas cem maiores companhias.
Hoje, incluindo as empresas "médias-grandes", com faturamento anual bruto entre R$ 90 milhões e R$ 300 milhões, por critérios do BNDES, a situação é similar à dos maiores grupos.
Só 3% das cadeiras de presidentes, em média, ficam com as mulheres, segundo a DMRH, consultoria em recursos humanos, que atende mais de 450 empresas.
Os números da DMRH revelam ainda a dificuldade das funcionárias em ser promovidas, já que a fatia feminina é maior nos cargos mais baixos.
De acordo com a consultoria, 9% dos diretores e vice-presidentes das companhias são mulheres; elas são cerca de 35% dos gerentes e 50% dos trainees e analistas.
EXTERIOR
Nos EUA, a ocupação dos cargos é menos desigual nos níveis até diretoria, mas a presença feminina na presidência das grandes corporações segue baixa: 3%, de acordo com o Conselho das Mulheres Líderes Mundiais.
A DMRH afirma que, em muitos casos, as mulheres acabam desistindo dos postos mais altos por dificuldade em conciliar agenda profissional e vida pessoal.
Mas pesquisadores discutem as motivações e o significado desse tipo de "opção da mulher".
"Muitas mulheres acabam, sim, optando pela vida pessoal em detrimento da profissional porque não têm suporte das empresas para conciliar suas demandas", diz Regina Madalozzo, pesquisadora do Insper.
Algumas poucas companhias têm políticas para retenção de mulheres na liderança -geralmente, grupos cujo negócio está mais voltado ao público feminino.
No Brasil, Natura e Unilever oferecem possibilidade de jornada flexível. E há berçário em algumas unidades, além de auxílio-creche.
"Cada vez mais o grande desafio é equilibrar características femininas e masculinas no quadro de funcionários", diz Marcelo Cardoso, vice-presidente de desenvolvimento organizacional e sustentabilidade da Natura.
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