Menu
quinta, 18 de abril de 2024
Busca
Busca
Brasil

MS tem 3ª maior população juvenil negra que só trabalha

15 Jul 2004 - 07h14
Alvo da miséria e da discriminação herdada pelos anos de escravidão da raça negra no Brasil, o jovem negro de Mato Grosso do Sul ocupa o terceiro lugar em pesquisa do Instituto Cidadania, de São Paulo, que levantou o número de adolescentes que apenas trabalham em todo o País. O estudo, chamado Projeto Juventude, verificou que na faixa etária dos 15 a 17 anos, 18,3% dos jovens negros do Estado se dedicam exclusivamente ao trabalho. Enquanto os brancos adolescentes ocupam 12,2%.
O Espírito Santo apresentou o pior quadro de desigualdade com 19,7% aos negros e 8,1% aos brancos. O Acre ficou em segundo com 18,8% para 12,5%. O Projeto Juventude se baseia em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foi desenvolvido no ano passado, quando foi entregue ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele aponta maior vulnerabilidade da população jovem negra em relação ao mercado de trabalho e educação. Essa população está mais exposta ao risco da desestruturação familiar, do desemprego e da violência devido à grande parcela excluída dos direitos básicos de cidadania.
A coordenadora estadual de Políticas de Igualdade Racial, Ana Sena, diz que a pesquisa retrata exatamente a situação do Mato Grosso do Sul. Segundo ela, são inúmeros problemas identificados nacionalmente e repetidos no Estado. A miséria e discriminação racial que resultam dentro das escolas na evasão dos alunos negros adolescentes são apontados como realidades locais.
“O aluno é alvo de piadas, de chacota e chega a ser excluído da roda de estudos e da preferência até da professora”, disse a especialista. Para Ana Sena, as áreas urbanas estão desprovidas de políticas públicas que possam mudar o quadro.
O auxiliar de mecânica é um exemplo. Ademir Chagas, de 23 anos, diz ter sofrido racismo no começo da vida escolar. Mas, o que o afastou da escola foi a vontade de trabalhar. "Hoje, quero ser eletricista", diz.
“Nas áreas rurais como Furnas do Dionízio e Furnas de Boa Sorte, temos construídos salas de aulas, bibliotecas e também os programas sociais como Bolsa Escola e Programa de Segurança Alimentar”, comparou. Diante do quadro de exclusão, a coordenadora estadual acredita que a Sejel (Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer), criada este ano pelo governo estadual, possa desempenhar um papel importante para reverter os índices. “Juntos com a Secretaria vamos criar programas de superação das desigualdades sociais”, completou.
 
Campo Grande News

Participe do nosso canal no WhatsApp

Clique no botão abaixo para se juntar ao nosso novo canal do WhatsApp e ficar por dentro das últimas notícias.

Participar

Leia Também

VICENTINA - PROGRESSO
Prefeito Marquinhos do Dedé lidera avanço histórico rumo ao saneamento completo em Vicentina
Fátima Fest 2024
Agora é oficial Luan Santana divulga em sua agenda a data do show em Fátima do Sul no Fátima Fest
Ajude
Mãe luta por tratamento de filha especial e por sobrevivência dos outros filhos em Campo Grande
Saúde
Repórter Dhione Tito faz cirurgia no joelho e se diz confiante para correr atrás do boi de rodeio
Saúde
Professora de Campo Grande luta contra câncer em estágio avançado e precisa da sua ajuda

Mais Lidas

FOTO: REDES SOCIAISCULTURAMA DE LUTO
Culturama se entristece com a morte de Vanderleia Martins, CEIM divulga Nota de Pesar
FOTOS: SARA ARAÚJOFÁTIMA DO SUL E SUA HISTÓRIA
Documentário revela as histórias e encantos das ruas de Fátima do Sul
Entretenimento
Bruna Viola confirmada para se apresentar na 47ª Festa da Fogueira em Jateí, MS
Saúde
Professora de Campo Grande luta contra câncer em estágio avançado e precisa da sua ajuda
Simone trabalhava como psicóloga em Três LagoasPOLÍCIA CONCLUIU
Psicóloga morreu ao ser jogada do carro pelo próprio filho em rodovia de MS