O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello passará o fim de semana debruçado sobre o caso do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), preso pela suposta tentativa de subornar uma testemunha do esquema de corrupção que atinge seu governo, empresários e deputados distritais.
O ministro afirmou que levará esta semana ao plenário do STF seu voto sobre o mérito do pedido de habeas-corpus impetrado pelos advogados de Arruda. O recurso, já negado em caráter liminar pelo ministro, será submetido aos demais membros da Corte.
O ministro tem repetido que o pedido de habeas-corpus em favor de Arruda é "apenas mais um processo" e, sendo assim, o que interessa é o conteúdo, e não a capa.
No documento parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) favorável à permanência de Arruda na prisão, a vice-procuradora-geral, Deborah Duprat, argumenta que "há base empírica suficiente" para afirmar que o governador agiu para alterar o depoimento do jornalista Edson dos Santos, conhecido como Sombra, em troca de "dinheiro e outras vantagens".
Sombra é amigo do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal Durval Barbosa, autor das denúncias que levaram a Polícia Federal a deflagrar a Operação Caixa de Pandora.
A pedido da PGR, Arruda e outras cinco pessoas tiveram a prisão preventiva decretada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela suposta tentativa de suborno de Sombra.
Em flagrante montado com a colaboração do próprio jornalista, a Polícia Federal prendeu o conselheiro do Metrô do DF, Antonio Bento, após a entrega de R$ 200 mil que comprariam, de Sombra, uma nova versão para os vídeos que sustentam as denúncias do esquema de arrecadação e distribuição de propina.
Além dos depoimentos de Sombra e de Bento, um bilhete escrito pelo governador Arruda convenceu o STJ de que estava em curso uma tentativa de corromper a testemunha.
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