Queda na oferta de carne de países produtores como EUA e Austrália e retomada do consumo mundial depois de abalos trazidos por problemas como a vaca louca. Os dois fatores sustentam um cenário nacional extremamente favorável ao aumento da participação do Brasil no mercado mundial de carne bovina. A análise é do presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. O dirigente esteve hoje
Conforme Nogueira, dificuldades como a que vive a Argentina para recuperar seus mercados depois da intervenção do Estado no setor produtivo abrem brechas para a carne brasileira. Se países produtores estão encolhendo sua participação, o que falta para o pecuarista brasileiro consolidar seu produto, tendo em vista que o País ainda não conquistou mercados potenciais como dos países da Nafta, Ásia e Oceania? Para Nogueira, falta homogeneizar os elos da cadeia, o que demanda organização dos criadores em relação a todos os processos produtivos. “Precisamos deixar de vender o boi para, efetivamente, vender a carne. E passar a concentrar um lucro que hoje é repassado para a indústria”, aponta o dirigente.
Na prática, a solução apontada é a criação de novas formas de comercialização. Recentemente, federações da agricultura e pecuária dos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás lançaram uma campanha de venda à vista do boi. “Mas ainda é pouco, precisamos criar alternativas como centrais de vendas e cooperativas de abate”, sugere, ressaltando que falta reatividade ao setor. “Estamos assistindo de camarote à centralização da indústria e à imposição das redes de supermercado, deixando passar sem reagir”, enfatiza Nogueira. Apesar das dificuldades, a evolução em relação ao setor no que se refere ao mercado externo é positiva e foi deixada como estímulo aos produtores do Estado. “O Brasil é o único País que tem conseguido abrir novos mercados”, reforça.
A Reunião Regional Sul – Fronteira é uma promoção da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MS) com o objetivo de construir diretrizes a serem apresentadas ao próximo governador do Estado. A iniciativa é um desdobramento de seminários regionais com o tema “O que esperamos do próximo presidente?”, uma realização da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que visa pautar as reivindicações do setor em âmbito nacional.
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