O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luis Carlos Guedes Pinto, propôs aos ministros que compõem o CAS (Conselho Agropecuário do Sul) a elaboração de uma legislação regional sobre rastreabilidade na importação e exportação de agrotóxicos.
A medida, que foi apresentada nesta terça-feira, dia 25, durante a VIII reunião de ministros de Agricultura do CAS, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, visa o controle desses produtos, desde a sua fabricação, comercialização, até o seu uso pelos agricultores, o que dará maior segurança aos consumidores. Com isso, haverá maior vigilância sobre os resíduos de agrotóxicos em vegetais, permitindo ainda uma ação maior para impedir o contrabando de produtos de baixa qualidade que muitas vezes podem nem ter registro no Brasil.
O COSAVE (Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul) ficou encarregado de elaborar a norma. O ministro Guedes Pinto sugeriu também que fossem feitos convites à Venezuela, Colômbia, Equador e Peru para integrar o CAS. O ingresso desses países, na opinião de Guedes, é essencial para acelerar o processo de integração política e econômica do continente.
Em documento apresentado aos ministros, o presidente da FARM (Federação das Associações Rurais do Mercosul), Fernando Mattos, disse que é preciso acelerar a cooperação entre os diversos países do bloco. Ele pediu que os integrantes do CAS passem a atuar em conjunto, como base para a atuação junto aos demais blocos econômicos.
Foi discutida também a importância de ser montado um programa regional na América do Sul de combate à febre aftosa, sobretudo nas regiões fronteiriças. Para comandar o programa, os empresários recomendam a criação de um organismo supranacional. O documento da FARM, embora ressalte que a situação sanitária nos países integrantes do CAS esteja momentaneamente controlada, chama a atenção para a existência de “um endemismo regional contínuo” que requer medidas bastante fortes que ainda não foram tomadas.
O documento também pede a eliminação das restrições “sanitárias e burocráticas” ao intercâmbio de material genético entre os vários países. Os ministros agradeceram a direção da FAO pela promessa de financiar projetos de cooperação com o CAS nas áreas de política agrícola e sanidade agropecuária.
O sub-diretor geral da FAO para a América Latina, José Grazziano, informou que a organização está realizando no Brasil, Argentina e Paraguai um estudo sobre os impactos da expansão do cultivo de soja na região.
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