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Maioria dos americanos se opõe a plano de Bush, diz "Post"

11 Jan 2007 - 12h23
A maior parte dos americanos se opõe à nova estratégia do presidente dos EUA, George W. Bush, para o conflito no Iraque, que prevê o envio de 20 mil soldados adicionais ao país, segundo pesquisa do jornal americano "The Washington Post".

De acordo com o estudo, realizada pelo "Post" e pela rede de TV ABC, 61% dos americanos dizem ser contra o aumento dos soldados dos EUA no Iraque, dos quais 52% afirmam se opor "com veemência" ao reforço nas tropas.

Segundo a pesquisa, apenas 36% se declararam favoráveis à medida de Bush.

AP
O presidente americano, George W. Bush, anuncia hoje sua nova estratégia para o Iraque
O presidente americano, George W. Bush, que anunciou ontem nova estratégia para o Iraque
Em um pronunciamento de 20 minutos na noite desta quarta-feira na Casa Branca, Bush afirmou que o fracasso no Iraque terá "conseqüências desastrosas para os Estados Unidos", e que para evitá-lo será necessário enviar 20 mil soldados adicionais ao país árabe.

Dos 21.500 soldados que serão enviados ao Iraque, 17.500 irão para Bagdá e 4.000 para a Província de Al Anbar. O envio das tropas será gradual. Três brigadas adicionais de soldados iraquianos também serão enviadas a Bagdá, e o comando militar na capital será revisado.

Além do envio de soldados, o plano também fixa um prazo até novembro deste ano que os iraquianos assumam o controle da segurança das suas 18 Províncias.

No momento, os Estados Unidos mantêm cerca de 140 mil soldados no Iraque. As forças iraquianas só controlam três Províncias.

No discurso, Bush qualificou a situação no Iraque de "inaceitável", dizendo pela primeira vez publicamente que a política adotada anteriormente seria inadequada. Segundo ele, o aumento nas tropas é "essencial para a vitória" americana no Iraque.

Rejeição

No entanto, a maioria dos americanos discorda da posição de Bush e da estratégia que ele adotou para solucionar a crise. Segundo o estudo, apenas 30% dos entrevistados dizem achar que o novo plano fará com que o conflito termine mais rapidamente.

A resposta negativa à iniciativa de Bush se deve à oposição da opinião pública à guerra e ao ceticismo sobre a política adotada pelo atual governo para lidar com o conflito. Por mais de dois anos, grande parte da população se declarou contrária à continuidade do conflito.

De acordo com a pesquisa, 57% dos entrevistados disseram que os EUA estão perdendo a guerra no Iraque. Outro fator revelado pelo estudo é o ceticismo da população sobre o Iraque.

Um total de 57% dos americanos afirmam que o governo iraquiano não está preparado para assumir os novos compromissos previstos na estratégia.

A pesquisa foi realizada ontem, por telefone, com 502 cidadãos adultos.

A margem de erro é de 4,5 pontos percentuais.

Reação iraquiana

Iraquianos que vivem em Bagdá de ambas as facções --sunita e xiita-- demonstraram ceticismo em relação à nova estratégia.

O sunita Osama Ahmed, 50, que trabalha no Ministério de Educação, afirmou que acordou cedo para assistir ao pronunciamento de Bush --que foi veiculado na TV às 5h (0h de Brasília).

"Mais tropas significarão mais sangue e mais pessoas mortas. A violência continuará se os EUA não detiverem a ação das milícias xiitas, que são acobertadas pelo governo", acusou.

Já o comerciante xiita Abdel Karim Jassim, 44, disse esperar que Bush faça algo mais além enviar mais soldados. "Simplesmente enviar mais homens não resolverá o problema", disse ele.

Segundo o professor universitário Hafidh Issam, 49, os EUA cometeram "muitos erros" no Iraque e contribuíram para o caos para defender "seus próprios interesses no Oriente Médio".

"Eles construíram umas base fixa no Iraque para ameaçar países vizinhos, principalmente o Irã e países da região do golfo", diz Issam.

O técnico Awad Mukhtar, 35, diz acreditar que a proposta de Bush pode ser a "última chance" para a paz no Iraque. "A situação da segurança é muito grave, há um grande número de mortes todos os dias", afirmou. "Vejo essa estratégia como a última chance para os iraquianos salvarem suas próprias vidas. Não temos outra opção, vamos esperar o resultado do plano".

Discurso

Em seu discurso, Bush apresentou o conflito no Iraque como "a luta ideológica definitiva de nossa época". "A longo prazo, a forma mais realista de proteger os americanos é prover uma alternativa para a ideologia do ódio do inimigo, por meio do avanço da liberdade em uma região problemática. Nossa luta no Iraque é nobre e necessária."

"As forças dos EUA estão engajadas em uma luta contra o terror para trazer segurança para a América", disse Bush na abertura do discurso de hoje. Com o aumento das tropas, disse Bush, "teremos o pessoal necessário para alcançar a segurança no país". "Eles [os terroristas] querem destruir nosso estilo de vida", completou.

O presidente lembrou o público da violência do último ano no Iraque, assim como também do ataque contra as Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. "O atentado [do 11/09] nos mostrou o que pode acontecer quando o ódio de pessoas do outro lado do mundo se volta contra nós".

Bush afirmou ainda que a implementação da nova estratégia permitirá a transferência do controle de todas as Províncias do Iraque para os iraquianos até novembro de 2007. "Podemos e vamos vencer".

O pronunciamento foi feito de Washington às 21h locais (24h pelo horário de Brasília).

Oposição democrata

Os novos líderes democratas do Congresso se encontraram com Bush antes de seu discurso de ontem e reclamaram que sua oposição ao envio de mais tropas foi ignorada. "Esta é a terceira vez que escolhemos este caminho. Nas duas vezes anteriores, não funcionou", alertou a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi. "Porque estamos fazendo isso agora? A pergunta permanece", disse Pelosi.

Os legisladores democratas estão tentando organizar, tanto na Câmara quanto no Senado, votos para pedir ao presidente que não envie mais tropas ao Iraque. Apesar de não ter força legal, os votos obrigarão os republicanos a optar entre retirar o apoio ao presidente ou apoiar o envio de americanos à guerra. Até o momento, vário republicanos já expressaram simpatia pela medida democrata.

A guerra já custou aos EUA, além do desgastes, mais de US$ 400 bilhões. O bloqueio de mais verba é mais um trunfo que está sendo estudado pelos democratas no Congresso para barrar o aumento das tropas no Iraque.
 
 
Folha Online

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