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Brasil

Lula recebe apoio formal de 16 governadores

23 Nov 2006 - 16h45

Os 16 governadores e dois vice-governadores do PMDB, PDT, PT, PSB e MD (resultante da fusão de PPS, PL e PMN), que participaram nesta quinta-feira de almoço com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deram seu apoio político formal ao governo. O apoio foi anunciado antes do almoço, em discursos de sete dos governadores, de diferentes partidos, numa reunião preliminar com Lula. Eles reafirmaram a decisão de ajudar o presidente na construção de uma base política sólida no Congresso e também no esforço para "distensionar" as relações entre governo e oposição.

No almoço, o governador Paulo Hartung (PMDB), do Espírito Santo, que amanhã terá encontro com o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), declarou, falando em nome do PMDB, que Lula poderá contar com o apoio de todos os presentes e defendeu a participação dos 27 governadores do País na próxima reunião com o presidente. "Não existe agenda da base do governo e da oposição. Acabou essa história de corda esticada", afirmou Hartung.

Durante uma reunião dos governadores antes da chegada de Lula, Hartung já havia dado o tom político do encontro, quando fez gestões entre os demais para impedir que fosse encaminhado ao presidente um documento com as propostas dos governadores, evitando que se criasse um divisão entre eles.

Depois, ao discursar na presença de Lula e dirigindo-se a ele, Hartung relatou que os governadores haviam feito uma reunião preliminar "eminentemente política". O governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), chegou atrasado ao almoço, mas a tempo de ouvir o discurso de Lula, que ainda brincou: "Chegou na hora. Se demorasse mais um pouco, teria vindo só comer."

O governador eleito de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), disse a reunião representa o entendimento entre Estados e União para que o pacto federativo seja respeitado. Ele disse também que durante a reunião conversaram sobre as peculiaridades da cada Estado, mas também estabeleceram uma pauta comum de apoio à governabilidade.

Sem amigos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no discurso a 16 governadores e dois vice-governadores que apóiam o governo, que aprendeu como lição, no primeiro mandato, que não se deve convidar amigos, mas pessoas qualificadas para ocupar cargos no governo. "Montar um governo é 50% do sucesso de governar. Convidar alguém para ocupar um cargo é muito fácil. Agora, tirar alguém, é muito difícil", afirmou.

Como "conselho" aos governadores em primeiro mandato Lula disse que não se deve ter uma relação de amizade no momento de montagem do governo. "Nesta hora, a relação é de chefe de Estado e temos de convidar as pessoas mais qualificadas para as funções de que o Estado brasileiro precisa", disse.

"Ao invés de procurar apenas um amigo, procure aquele que está procurando uma chance". Lula disse que mesmo nos estados pobres ou ricos existem gênios com qualificação. "Eu aprendi uma lição: a máquina pública, quanto mais pessoas eficientes e qualificadas tiver, mais fácil será para o governante governar". Nos dois primeiros anos de governo, Lula foi criticado ao privilegiar petistas derrotados em eleições estaduais.

Ministério e coalizão

Lula também afirmou aos governadores que, antes de montar um novo ministério, vai discutir o tipo de política de coalizão que pretende praticar a partir de 2007. Ele anunciou que, na próxima semana, vai conversar com o PDT e o PV e procurar também o PPS (agora fundido com PH e PMN sob a sigla "MD"), "a não ser que alguém não queira conversar". Lula não citou o nome do PPS, mas um dos principais líderes desse partido, o deputado Roberto Freire (PE), é da oposição. "Quando um não quer dois não conversam", disse.

O presidente voltou a anunciar que vai conversar também com líderes do PSDB. Citou os senadores Arthur Virgílio (AM) e Tasso Jereissatti (CE). "Não há mais governo de oposição nem de situação. A relação republicana mostra que temos que nos relacionar independentemente dos partidos, da disputa política, da ideologia", afirmou Lula, acrescentando que esses fatores deixaram de existir a partir da apuração do resultado das eleições. "E agora somos todos responsáveis", afirmou.

O presidente afirmou que espera contar com a participação de todos os 27 governadores do País na próxima reunião (prevista para janeiro). Citou nomes de governadores eleitos pelo PSDB, como José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), afirmando que os conhece há 30 anos. Mencionou também a governadora eleita pelo PSDB no Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. "Quando vou a um município, eu não olho o partido a que o prefeito é filiado", afirmou, sob aplausos. Fez a ressalva de que conhece pouco o governador eleito de Goiás, Alcides Rodrigues (PP), mas disse que também será muito bem tratado.

O presidente voltou a afirmar, também, que está determinado a fazer um governo melhor no segundo mandato e que está disposto a "qualificar", da melhor forma possível, a relação com os governadores. Ele reconheceu que reformas estruturais só podem ser feitas "com a concordância dos eleitos".

Reforma tributária

O presidente reconheceu que não conseguiu fazer uma reforma tributária em parceria com os governadores, no primeiro mandato e que espera agora levar à frente a proposta que está no Congresso. "Se alguém quiser fazer oposição a mim, faça na eleição de 2010, quando eu não serei candidato. E se eu tiver de fazer oposição, eu também deixo para fazer em 2010", afirmou.

Lula disse que trabalha há 15 dias em análise de medidas para acelerar o crescimento. "Não adianta a imprensa ficar curiosa para sabe o que vamos destravar. O que não pode é a União, os Estados e as Prefeituras não terem capacidade de investimento", disse. Lula adiantou apenas que o governo estuda medidas de desoneração em alguns setores da economia. Ele também criticou a legislação ambiental que estaria impedindo o andamento de obras, especialmente na região norte.

Ele citou o gasoduto Quari-Manaus, que teve as obras interrompidas por causa de uma liminar na Justiça. Lula chamou de "penduricalhos" os encargos ambientais. "O País está travado na área ambiental por causa da legislação e do excesso de abusos". Lula avaliou que o Congresso, o TCU, o governo e o Ministério Público têm que melhorar as relações para garantir o andamento das obras.

Antonio Cruz/Agência Brasil

Participaram da reunião com o presidente Lula os governadores eleitos e reeleitos de PI (Wellington Dias), MT (Blairo Maggi), ES (Paulo Hartung), RN (Wilma Faria), SE (Marcelo Déda), RJ (Sérgio Cabral), BA (Jaques Wagner), RO (Ivo Cassol), MS (André Puccinelli), TO (Marcelo Miranda), AM (Eduardo Braga), CE (Cid Gomes), AC (Binho Marques), PA (Ana Júlia Carepa), MA (Jackson Lago) e AP (Antônio Waldéz Góes), além dos vice-governadores do Paraná e de Pernambuco.

 

 

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