Limitada, vacinação contra gripe não sai de graça

Governo federal disponibilizou vacina para grupos de risco, restante da população terá de pagar

 Clínicas particulares estão autorizadas  oferecer a vacina 

Começou ontem em todo Brasil a vacinação contra a gripe A, mais conhecida como gripe suína, transmitida pelo vírus H1N1. Nesta primeira etapa, o governo federal disponibilizou a imunização apenas para grupos de riscos, como profissionais da saúde que trabalham diretamente com pacientes da atenção básica e índios. Esta etapa segue até dia 19.
Na segunda etapa de vacinação, que começa no dia 22 de março, ainda serão vacinados idosos, gestantes, pessoas com doenças crônicas, jovens entre 20 a 29 anos e crianças entre seis a dois anos de idade.

PARTICULARES

O restante da população, para ter acesso à vacina terá que pagar, se encontrar disponível em alguma clínica particular. Em Dourados, pelo que se sabe até agora, apenas a clínica do  Hospital Santa Rita, deverá disponibilizar a vacina a partir de abril.
O médico pediatra, Mário Almeida, responsável pelo setor de vacinação do Santa Rita, informou que no momento, a empresa multinacional que fornece a vacina não tem as doses  disponibilizadas.
A previsão é que a partir de abril a vacina esteja à disposição das clínicas particulares, que desejarem comprar. Ele disse que não sabe quanto que vai custar a  dose para o paciente, mas acredita que seja algo em torno de R$ 60,00. Ele disse que a procura já é intensa.    
No entanto, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recomenda que as clínicas privadas priorizem a imunização de pessoas que estão nos grupos definidos como de risco, como está fazendo o Ministério da Saúde. “As clínicas particulares não estão proibidas de vacinar contra o vírus da gripe A, pessoas que estão fora do grupo definido pelo governo, mas recomendamos prioridade a grupos de riscos”, disse. Ele informou ainda que as vacinas contra a gripe A adquiridas pelas clínicas particulares são de dois laboratórios estrangeiros, o Glaxo Smith Kline (GSK) e Sanofis-Pasteur.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu registro para duas vacinas contra o vírus H1N1 serem comercializadas no Brasil. As vacinas precisam apenas passar pelo controle da inspeção sanitária ao entrarem no Brasil.

VACINAÇÃO

Ao todo em Dourados, devem ser imunizadas cerca de 40 mil pessoas que fazem parte do grupo de risco, conforme prevê o Ministério da Saúde. Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Elisa Hidalgo, Dourados recebeu por enquanto, 1.800 doses. Ontem, a Secretaria Municipal de Saúde estava distribuindo as vacinas nas unidades de básicas de saúde, hospitais, Pronto Atendimento Médico (PAM), entre outros locais. Ela explicou que terão acesso à vacina, nesta primeira etapa, apenas os profissionais que trabalham área da saúde, diretamente ligada a atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), além de hospitais tanto do SUS como particulares. “Temos que equacionar as doses, já que são poucas, por isso, haverá prioridades”, disse Elisa. 
A vacinação para os índios, que também são considerados grupos de risco, pelos parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), deve começar hoje. As vacinas seriam entregues a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para que realize o trabalho junto à comunidade indígena. Em Dourados são cerca de 12 mil índios.
Ao todo, o Ministério da Saúde comprou 83 milhões de doses de vacinas contra a gripe A. Foi gasto R$ 1 bilhão com essa compra dos laboratórios GSK (40 milhões de doses); do Instituto Butantan (33 milhões de doses) e do Fundo Rotatório de Vacinas da Organização Pan Americana de Saúde (Opas). O governo espera vacinar 62 milhões de pessoas em quatro etapas. 

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