Tarde de quarta-feira na praia de Glifada, sul de Atenas. Na quadra de areia, treinando, Ricardo e Emanuel, a esperança de medalha de ouro no vôlei de praia masculino. Fora dela, uma cena inusitada, em tempo de Olimpíada. Leila Gomes de Barros, a musa do vôlei brasileiro, calça caqui e blusa preta, óculos escuros, está discretamente sentada numa mureta.
Estreando na profissão de comentarista de uma emissora de TV, Leila ainda amarga a tristeza de estar fora do maior evento esportivo mundial. Reticente em dar a entrevista num primeiro momento, ela acabou cedendo e falou com exclusividade ao Terra, sem nunca tirar os olhos do namorado Emanuel, ao lado do companheiro, treinava com uma dupla grega.
Terra - Como é acompanhar a Olimpíada fora da quadra?
Leila - Não é a melhor situação. Sempre vim aos Jogos Olímpicos competindo. Esta seria a minha quarta Olimpíada. Mas está sendo a minha quarta. Hoje estou fazendo um trabalho diferente, estou na TV, vou comentar. Acredito que seja uma janela que esteja se abrindo. Mas sempre torcendo pelas meninas. O vôlei está no sangue, não tem jeito. E como todo brasileiro torço para que dê tudo certo.
Terra - Você está triste?
Leila - Acho que já estive mais triste. Cheguei a Atenas, e queria ter sentido esses ares de uma forma diferente. Mas esse não compromisso de um lado e o compromisso de ser o mais leal possível com o que eu estou vendo também vai ser muito bacana. Pois vou ter que ser comentarista e vou ter de ser imparcial. E é uma situação completamente diferente. Mas a minha tristeza está sendo superada aos poucos com o carinho das pessoas. Todo momento recebo muita solidariedade. Enfim, fui muito bem recebida onde estou trabalhando agora. Isso meio que ameniza um pouquinho a tristeza. Mas essa tristeza vai perdurar por um bom tempo. Mas o tempo apaga tudo. Cicatriza tudo. E a vida vai continuar. O grande lance é você sofrer esses tropeços e perceber que você é forte para prosseguir. E eu sei que sou forte para prosseguir. Minha vida inteira foi de luta e tudo eu superei. Tive a consciência de que esse momento de ser atleta é efêmero. Que a situação um dia ia passar, já tá passando e a gente tem que estar preparado para isso.
Terra - Como você reagiu à declaração de Ana Paula, que disse que o técnico Zé Roberto era louco ao te cortar do grupo que veio a Atenas?
Leila - A Ana Paula está sendo solidária. É uma pessoa que me conhece, que jogou muitos anos comigo. Ela sabe eu que voltei da praia com o objetivo de jogar a Olimpíada. É normal que pense assim porque ela me conhece como atleta. Agradeço isso tudo. Mas cada técnico tem a sua tem a sua opinião, sabe as peças que vão ser úteis para ele naquele momento. E essa foi a visão do Zé Roberto e a gente tem de acatar. Aliás, a vida continua. E o que eu falei. É uma situação complicada porque minha vida sempre foi o vôlei e as pessoas identificam muito a seleção com a minha imagem. Mas tudo passa. Outras coisas virão e assim é a vida.
Terra - Como você vê as chances do vôlei?
Leila - O vôlei é o esporte que pode trazer mais medalhas, tanto na quadra como na praia. E pode trazer inclusive a medalha de ouro. Estou vendo o vôlei com a maior esperança especial, em especial o vôlei de quadra e o Emanuel, que está aí na luta pelo outro dele, com o Ricardo. Espero que dê tudo certo para ele. Enfim, espero que dê tudo certo para o vôlei.
Terra - Torcendo muito para o Emanuel?
Leila - Muito. De coração mesmo. Convivo com o Emanuel. Sei o dia-a-dia dele. Aliás, o nosso dia-a-dia. Da mesma forma que torço por ele, torço muito pelas meninas também. É um cotidiano muito desgastante.. O Emanuel merece, embora eu seja suspeita para falar porque todo mundo sabe que eu namoro ele (risos). Mas falando como profissional e companheira de esportes, ele merece mesmo, pois é muito dedicado e vive para isso. Ele e o Ricardo viveram esse último ano para isso. Eles merecem muito o ouro.
Terra Redação
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