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Brasil

Leia o artigo “Antes de Brasiguaios, Brasileiros”, por Messias Furtado

20 Jul 2010 - 14h19Por Messias Furtado de Souza

“ANTES DE BRASIGUAIOS, BRASILEIROS”

 

Assistido à reportagem que veiculou na manhã de domingo 18/07, na Rede Globo de Televisão no programa Globo Rural e que depois se repetiu na manhã de segunda 19/07 no programa Bom Dia MS tomei conhecimento da existência de um grupo de retirante que estão abandonando o vizinho Estado do Paraguai e se amontoando nas margens da BR 163, no município de Itaquiraí/MS.

 

Já tinha ouvido algo a respeito mas, confesso, que ao assistir a reportagem da Globo uma tristeza invadiu minh’alma e acredito que não fui o único cidadão brasileiro a ficar indignado a respeito de um assunto que a meu ver merece a nossa solidariedade e uma atenção especial de nossas autoridades constituídas, razão pela qual resolvi, a despeito de minha pouca sapiência acerca do assunto, redigir essas apertadas linhas.

 

Não bastasse todos os inconvenientes causados pelo contrabando de arma, tráfico de droga, disseminação de focos de doenças que afetam nosso rebanho e por sonsequência nossa economia, dentre outros malefícios oriundos da omissão deliberada de algumas autoridades do país vizinho, estamos sendo vítimas também de desrespeitos aos direitos humanos fundamentais de nossos nacionais que vivem e trabalham naquele país.

 

Falo de nossos corajosos irmãos brasileiros ou “brasiguaios” como são conhecidos que, por razões de uma conjuntura política e econômica adversa, num passado não muito distante, se enveredaram por um país desconhecido e selvagem em busca de terras produtivas para construir um sonho que aos poucos foi se transformando em um terrível pesadelo.

 

E a causa maior não só da minha, mas, acredito que também da sua indignação é o fato de que essas pessoas, que de fato tinham e têm uma autêntica vocação para o trabalho rural, ao contrário de muitos que são agraciados com lotes da nossa cambaleante reforma agrária, jogaram fora a melhor parte de sua vida produtiva ajudando a construir riquezas alheias e hoje se vêem obrigados a fugir de suas propriedades como se fossem marginais.

 

E o que é mais degradante, quando chegam ao seu país de origem, sem nome, sem terra, sem casa e sem causa, são amontoados como se fossem um bando de flagelados às margens de uma rodovia, sob barracos de lona e passam a viver de favores de um incerto programa social patrocinado pelo governo, vendo seus filhos sendo obrigados a morar e estudar sob um barrado de lona, motivado por uma professora, diga-se de passagem, entusiasmada, diante dos limitadíssimos recursos necessários para atender à sua nobre e bela missão de ensinar.

 

Penso que essas pessoas deveriam ser tratadas com mais dignidade pelo Estado Brasileiro no seu retorno, como não o foram pelo Estado Paraguaio. Que ao retornar para o seu país de origem, fossem melhor recebidos do que na realizadade estão sendo. Tenho certeza de que estrangeiros em situações semelhantes, exilados políticos que o país acolhe e os que são assistidos por programas humanitários dos quais o Brasil é signatário são tratados de forma mais adequada.

 

Digo isso sem fazer uma comparação com outros países como Japão, Itália e Alemanha dentre outros que adotam políticas de tratamento especial aos seus cidadãos e aos descendentes de seus antepassados que foram obrigados a deixar a sua pátria em alguma situações adversa qualquer que aconteceu no passado.

A falta de respeito com os nossos cidadãos brasileiros que ajudaram e ainda ajudam a construir o progresso do Paraguai é patente e a falta de uma postura do Governo Brasileiro a esse respeito beira às raias da irresponsabilidade.

 

Em que pese ser o Paraguai uma nação soberana, não se pode olvidar que em fazendo parte de um bloco político importante como o Mercosul, pode-se exigir do Governo Paraguai um postura mais sensata.

 

Por outro lado, essa soberania, não está acima dos limites e das garantias básicas que encerram os direitos humanos do povos, capitaneado no direito à vida; à liberdade e ao respeito ao direito de propriedade que, a nenhum país por mais soberano que seja é dado elidir.

A exigência de uma postura mais enérgica da diplomacia brasileira é uma medida que se impõe. Exigir do país vizinho que respeite os direitos mais básicos de nossos cidadãos assim como respeitamos os direitos não só dos paraguaios que aqui residem, mas, de todos os estrangeiros que vivem sob a égide de nossa soberania.

 

Que os próximos governantes e legisladores que serão eleitos e reeleitos em outubro próximo futuro, olhem com mais carinho para esses heróis anônimos, sem direito a medalhas e aos despojos da guerra inglória que travaram em território alheio, para que eles possam, por ocasião do seu retorno á sua pátria amada serem tratados com o mínimo de dignidade, pois é o mínimo que o exercício da cidadania exige e que o cidadão merece.

Messias Furtado de Souza
Delegado de Polícia
Fátima do Sul - MS

 

 

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