O mundo assiste atento ao período conturbado que passam algumas nações árabes da África e do Oriente Médio. As mobilizações de populares defensores e contrários a seus governantes ganham os noticiários a cada dia, e conquistam cada vez mais adeptos em outras partes do mundo. As manifestações nesses países estão focadas em vários objetivos, dos quais o principal é a exigência do fim dos regimes ditatoriais existentes há décadas naquela região.
É intrigante saber que em pleno século XXI, considerado pelos estudiosos como o século da educação, do uso do raciocínio, da tolerância, as ditaduras ainda persistam, torturando e assassinando pessoas, desrespeitando direitos fundamentais, como a liberdade de expressão (idéia que ganhou o mundo com os filósofos iluministas, quando Voltaire defendia sua tese: “posso não concordar com nenhuma palavra que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.”).
A ditadura, termo originário do latim Dictare, que significa ditar ordens, é um regime de governo que existe desde as primeiras civilizações (tirania), porém foi em Roma, no período republicano, que esse método de governar ganhou expressão. Ao longo do século XX diversos países experimentaram regimes ditatoriais (Rússia, com Stálin; Alemanha, com Hitler; Itália, com Mussolini; Cuba, com Fidel Castro; China, com Mao Tsé Tung; Paraguai, com Stroessner; Brasil, com Getúlio Vargas e os militares; Chile, com Pinochet, entre outros).
A Tunísia, o Egito e a Líbia, países do continente africano, são exemplos de nações que enfrentam administrações autoritárias desde os tempos da Guerra Fria. Na Tunísia, o regime de exceção do general Zine Ben Ali caiu quando o presidente se viu obrigado a renunciar ao cargo no dia 14 de janeiro, após intensos protestos iniciados no final de 2010. Ben Ali administrava a Tunísia desde 1987, quando na condição de primeiro-ministro, substituiu o então presidente, também ditador, Habib Borguiba.
Em relação ao Egito, a ditadura era controlada por Hosni Mubarak, substituto de Anwar Sadat, presidente assassinado em 1981. Mubarak governava havia quase 30 anos. A revolução desencadeada na terra dos faraós foi fruto da mobilização do povo tunísio, que acabou influenciando a África e a Ásia. Agora, uma junta militar comando o país até a realização de eleições democráticas para a escolha de um novo presidente.
Na Líbia, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, a luta pela democracia vem sendo travada. Desde 1969, os líbios são governador pelo coronel Muammar Khadafi, militar que naquele ano liderou um grupo de radicais islâmicos e derrubou a monarquia chefiada por Idris I. Em 1986, acusado pelo governo de Ronald Reagan (Estados Unidos) de apoiar grupos terroristas, a ditadura de Khadafi sofreu sanções econômicas por parte dos norte-americanos e de Estados europeus. Há mais de 40 anos no poder, a população líbia parece estar cansada das insanidades de seu ditador.
Enfim, as manifestações ocorridas nos últimos dias nesses países demonstram a importância da força popular em busca de uma nova era. O Brasil dos anos das Diretas Já, por exemplo, demonstrou o quanto a garra do seu povo pode transformar uma realidade. Se os povos árabes caminham para o fim das ditaduras, isso só o tempo dirá. Contudo, de uma coisa eles podem ter certeza, estão sendo protagonistas no processo histórico que constroem a cada dia, em busca da tão sonhada liberdade. ABAIXO AS DITADURAS! VIVA A FORÇA DO POVO, O VERDADEIRO DONO DO PODER.
Deixe seu Comentário
Leia Também

Covid-19: Brasil registra 1.541 mortes em 24 horas

Após morrer de Covid-19 no mesmo dia, casal tem oficina invadida e furtada

Pai e filho morrem de Covid-19 com poucas horas de diferença

CNH Grátis: 8 mil carteiras gratuitas liberadas pelo DETRAN; inscreva-se

Quem será o campeão da Copa do Brasil?

Dívida pública sobe em janeiro e atinge R$ 5,06 trilhões

VÍDEO: 'Jorge' o Urubu queridinho de Culturama viraliza nas redes sociais da Nação Rubro-Negra

Com explosão de casos de covid, e 14 deputados infectados A. Legislativa volta a fechar as portas

Covid-19: Brasil registrou 62.715 infectados em 24 horas
