A Justiça mineira negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes. Ele está preso há nove meses sob suspeita de envolvimento no sequestro e assassinato de sua ex-amante, a modelo Eliza Samudio.
Atualmente, o atleta cumpre prisão preventiva no presídio Nelson Hungria, na região metropolitana de Belo Horizonte.
A decisão de não conceder liberdade a Bruno foi tomada de forma unânime por três desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
A defesa do goleiro alegava que ele é réu primário, tem contrato com o Flamengo e residência fixa.
O relator do recurso, desembargador Doorgal Andrada, porém, disse que a prisão é necessária. "Há provas de que o delito foi praticado e indícios suficientes de autoria, tornando-se necessária a manutenção da prisão cautelar como forma de resguardar a ordem pública e a conveniência da instrução criminal", votou ele, de acordo com a assessoria de comunicação do tribunal.
Segundo Andrada, é necessário levar em conta a popularidade do acusado e o apelo popular, inclusive com demonstrações de ódio. Para o desembargador, o goleiro correria risco de morte se fosse solto. A medida, para ele, visa "acautelar o meio social e a própria credibilidade da Justiça".
O desembargador afirmou ainda que a soltura de Bruno poderia prejudicar o processo, pois o goleiro, "pessoa de comprovada liderança, elevado poder financeiro e grande capacidade de articulação, poderá empreender esforços para impedir que a verdade dos fatos seja esclarecida", disse ele, em seu voto.
Andrada conclui dizendo que há fortes indícios de que o suposto crime foi cometido porque o goleiro, "apesar de seu alto poder aquisitivo", não queria pagar pensão alimentícia para o filho que Eliza afirmava ser dele.
Se o pedido tivesse sido aceito, Bruno provavelmente não ficaria em liberdade, porque foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro pelo sequestro de Eliza.
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